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Ricardo Baptista Leite diz que inversão da curva da Covid-19 põe Lisboa pior do que Roma, Bruxelas e Amsterdão

“Há que fazer menos conferências de imprensa e mais trabalho de saúde pública se quisermos conter a pandemia”, disse o deputado do PSD, criticando a falta de coerência de algumas medidas de prevenção do contágio.
  • Ricardo Baptista Leite
8 Junho 2020, 14h24

O deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite, que representou o PSD na apresentação da evolução da pandemia de Covid-19 em Portugal, realizada nesta segunda-feira no auditório do Infarmed, disse que “em vez de estar a haver uma diminuição de casos está a haver uma inversão da curva”, levando a que Lisboa esteja pior do que Roma ou as áreas metropolitanas de Bruxelas e Amsterdão no que toca à incidência do coronavírus por milhão de habitantes.

“Há que fazer menos conferências de imprensa e mais trabalho de saúde pública se quisermos conter a pandemia”, disse Ricardo Baptista Leite, revelando que existe 47 surtos de Covid-19 identificados em Portugal, grande parte dos quais na região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo. E defendeu que o aumento do número de casos nessa zona do país não se explica apenas pelo aumento do número de testes, pois também ocorreu um aumento do número de internamentos e de óbitos provocados pela pandemia.

Deixando claro que “a situação carece de preocupação”, o deputado social-democrata apelou a uma “intervenção mais célere e coerente nos aeroportos”, na medida em que estão a aterrar em Portugal aviões provenientes do Reino Unido, Brasil, Holanda e Bélgica sem que haja o necessário controlo. A esse propósito, Baptista Leite mencionou o caso de um passageiro que foi contactado pelas autoridades do país de onde viajou, pedindo-lhe para entrar em contacto urgente com o Ministério da Saúde pois foi descoberto que havia infetados no avião.

“Precisamos de ficar com os dados dos passageiros além de apenas medir-lhes a temperatura”, realçou o deputado, dizendo que “Portugal não pode permitir a entrada de potenciais casos positivos sem qualquer controlo”. De igual modo, Baptista Leite defendeu que deverão ser testados não apenas os casos suspeitos mas também quem tenha estado em contacto com essas pessoas, “passando das palavras aos atos na identificação e isolamento dos casos”.

Também criticada pelo social-democrata, que além de deputado é médico, foi a ausência de “regras coerentes nos ajuntamentos”, exemplificando com a possibilidade de haver espetáculos com milhares de pessoas no espaço fechado do Campo Pequeno enquanto é proibida a presença de espectadores nos estádios de futebol.

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