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Ricardo Salgado terá escondido do Fisco 39,5 milhões de euros

Ex-líder do BES/GES omitiu 5,3 milhões de euros de rendimentos recebidos no estrangeiro e que seriam provenientes de três sociedades offshore do Grupo Espírito Santo entre 2008 e 2014. Entre estas sociedades está a entidade que, de acordo com o Ministério Público, terá funcionado como uma espécie de saco azul do GES.
Ricardo Salgado
André Kosters/lusa
22 Outubro 2024, 08h57

O ex-líder do BES e do GES terá ocultado do Fisco rendimentos de 39,5 milhões de euros, de acordo com informação avançada pelo “CM” e que constam nos autos do processo principal do caso BES/GES.

Detalha o “CM” esta terça-feira que o ex-banqueiro aproveitou três regimes excecionais de regularização tributária, mais conhecidos como perdões fiscais, e nesse processo Ricardo Salgado declarou quase 34,2 milhões de euros que tinha fora de Portugal.

No entanto, Ricardo Salgado omitiu 5,3 milhões de euros de rendimentos recebidos no estrangeiro e que seriam provenientes de três sociedades offshore do Grupo Espírito Santo entre 2008 e 2014. Entre estas sociedades está a Enterprises Management Services, entidade que, de acordo com o Ministério Público, terá funcionado como uma espécie de saco azul do GES.

Note-se que pelos cerca de 34,2 milhões de euros declarados nestes três processos de regularização, Ricardo Salgado pagou um imposto de 2,37 milhões de euros.

O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, é o principal arguido do caso BES/GES e responde em tribunal por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014.

Entre os crimes imputados contam-se um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.

Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.

Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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