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Ricciardi: “Não havia o devido escrutínio e transparência” no Grupo Espírito Santo

“Referi ao tribunal como o grupo [GES] era dirigido, como estava organizado, quem mandava e de que forma, não vou entrar em pormenores. Respondi com aquilo que vi, assisti e vivi”, disse o gestor à saída do tribunal.
José Maria Ricciardi
13 Julho 2021, 16h44

José Maria Ricciardi foi ouvido hoje no julgamento de Ricardo Salgado, seu primo, que está a decorrer no Campus da Justiça em Lisboa.

O gestor foi arrolado como testemunha pelo Ministério Público no julgamento do antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) que está a ser julgado por três crimes de abuso de confiança, num processo separado da Operação Marquês.

À saída do tribunal, Ricciardi disse aos jornalistas que não havia “escrutínio e transparência” na forma como o Grupo Espírito Santo (GES) era gerido por Ricardo Salgado.

“Referi ao tribunal como o grupo era dirigido, como estava organizado, quem mandava e de que forma, não vou entrar em pormenores. Respondi com aquilo que vi, assisti e vivi”, disse o antigo presidente do BESI, que pertencia ao GES, esta terça-feira, 13 de julho.

“Já tinha oportunidade noutros fóruns, como na CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito], de entregar um documento sobre a forma como a governança era realizada, e a minha oposição. Isso é público, entendi que nao havia o devido escrutínio e transparência” no GES, afirmou em declarações transmitidas pela RTP3.

À entrada do tribunal, José Maria Ricciardi assegurava que iria esclarecer o tribunal. “Estarei à disposição do tribunal para, no que for possível, esclarecer o tribunal. Tudo o que puder ser esclarecido da melhor maneira possível… é sempre fundamental que a justiça funcione”.

Sobre a derrocada do BES e do GES, o gestor defendeu a celeridade da justiça. “Esse processo irá para para julgamento um dia destes, espero que se consiga alguma celeridade, são processos complexos, muito grandes, e tecnicamente difíceis. É difícil a justiça resolve-los no tempo que se pretenderia”.

Ricciardi disse também que não tem atualmente qualquer tipo de relação com o seu primo, mas afirmou que o cumprimentaria se o encontrasse na rua. “Não nos encontramos [com Ricardo Salgado]. Se ele me cumprimentar, eu cumprimento-o”.

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