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Rio vence Rangel por menos de dois mil votos e com forte contributo do Porto e de Braga

Apoios de dirigentes destacados ao eurodeputado não impediram que o líder reeleito também fosse o mais votado em Viseu ou Santarém. Entre as cinco principais distritais só Lisboa deu mais votos a Paulo Rangel do que a Rui Rio numas eleições diretas em que pouco mais de 36 mil militantes participaram.
  • José Coelho/Lusa
28 Novembro 2021, 02h58

Rui Rio foi reeleito para um terceiro mandato de dois anos enquanto presidente do PSD numas eleições diretas marcadas pelo divórcio entre os 36.481 militantes que foram votar neste sábado e os dirigentes das muitas estruturas distritais e concelhias do partido que tinham anunciado o apoio a Paulo Rangel. Ao final da noite, quando já só faltava apurar três concelhias (Meda, Penamacor e Castro Verde) com um total de 109 inscritos, o atual líder social-democrata tinha 52,46% dos votos, contando com 18.811 militantes, mais 1.764 do que os 17.047 (47,54%) que optaram pelo eurodeputado.

A terceira vitória consecutiva de Rio em eleições diretas teve um forte contributo de distritos em que os principais responsáveis sociais-democratas tinham escolhido apoiar Rangel. Sobretudo nos dois com maior número de militantes em condições de participar na escolha do líder, com Rio a conseguir 3.821 votos no Porto (59,32%) e 2.615 votos em Braga (52,31%). Apesar de contar com o apoio do presidente da distrital portuense, Alberto Machado, e de todos os presidentes de câmara eleitos pelo partido no distrito de Braga tirando o de Barcelos, Rangel ficou 1.201 votos atrás no Porto e 231 em Braga.

Claramente hegemónico em Aveiro, uma das poucas grandes distritais do PSD que se lhe manteve fiel neste processo eleitoral, com 62,16% dos votos (2.301 militantes, mais 900 do que os eleitores de Rangel), Rui Rio também suplantou o rival em Viseu e em Santarém, apesar de o eurodeputado contar com os respetivos líderes distritais, Pedro Alves e João Moura. No distrito beirão chegou aos 54,61% (835 votos) e no ribatejano obteve 54,56% (574).

Além de triunfos fáceis noutros distritos onde a sua recandidatura fora bem acolhida, como Viana do Castelo (57,95%), Bragança (62,11%), Beja (38,57%) e Faro (53,56%), Rio triunfou ainda em Leiria, com 54,06% dos votos, e beneficiou de resultados acima das expectativas nas regiões autónomas. Sendo esperada a sua vitória nos Açores, governados pelo seu ex-vice-presidente José Manuel Bolieiro, cujos militantes deram ao atual presidente 77,60% dos votos, mais surpreendente foi o triunfo folgado na Madeira, com 57,01% correspondentes a 1.183 votos.

Do lado de Paulo Rangel a maior vitória deu-se em Lisboa – Área Metropolitana, onde contava com apoio do atual e anterior líderes distritais, Ângelo Pereira e Miguel Pinto Luz. O eurodeputado atingiu 59,70% relativos a 2.523 votos, mais 820 do que Rui Rio, que mesmo assim suplantou o rival em concelhias como Sintra e Mafra, obtendo um intervalo percentual ainda mais amplo em Setúbal, com 63,95% (658 votos), além de uma curta vantagem sobre o incumbente em Lisboa – Área Oeste (54,39%).

Além dessas três estruturas distritais, o eurodeputado triunfou também entre os militantes residentes na Europa e Fora da Europa, com 96 votos no total dos dois círculos, contra 43 para Rio, e em mais seis distritos, mas nenhum deles com peso eleitoral suficiente para contrariar os bons resultados do líder reeleito noutras paragens. Chegou a 62,32% em Vila Real, a 64,65% na Guarda (antes do apuramento da votação na Meda, para a qual estavam inscritos 99 militantes), a 53,87% em Coimbra, a 52,98% em Castelo Branco (ainda sem Penamacor), a 50,91% em Portalegre e a 61,43% em Beja (ainda sem Castro Verde).

 

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