Rui Rio foi reeleito para um terceiro mandato de dois anos enquanto presidente do PSD numas eleições diretas marcadas pelo divórcio entre os 36.481 militantes que foram votar neste sábado e os dirigentes das muitas estruturas distritais e concelhias do partido que tinham anunciado o apoio a Paulo Rangel. Ao final da noite, quando já só faltava apurar três concelhias (Meda, Penamacor e Castro Verde) com um total de 109 inscritos, o atual líder social-democrata tinha 52,46% dos votos, contando com 18.811 militantes, mais 1.764 do que os 17.047 (47,54%) que optaram pelo eurodeputado.
A terceira vitória consecutiva de Rio em eleições diretas teve um forte contributo de distritos em que os principais responsáveis sociais-democratas tinham escolhido apoiar Rangel. Sobretudo nos dois com maior número de militantes em condições de participar na escolha do líder, com Rio a conseguir 3.821 votos no Porto (59,32%) e 2.615 votos em Braga (52,31%). Apesar de contar com o apoio do presidente da distrital portuense, Alberto Machado, e de todos os presidentes de câmara eleitos pelo partido no distrito de Braga tirando o de Barcelos, Rangel ficou 1.201 votos atrás no Porto e 231 em Braga.
Claramente hegemónico em Aveiro, uma das poucas grandes distritais do PSD que se lhe manteve fiel neste processo eleitoral, com 62,16% dos votos (2.301 militantes, mais 900 do que os eleitores de Rangel), Rui Rio também suplantou o rival em Viseu e em Santarém, apesar de o eurodeputado contar com os respetivos líderes distritais, Pedro Alves e João Moura. No distrito beirão chegou aos 54,61% (835 votos) e no ribatejano obteve 54,56% (574).
Além de triunfos fáceis noutros distritos onde a sua recandidatura fora bem acolhida, como Viana do Castelo (57,95%), Bragança (62,11%), Beja (38,57%) e Faro (53,56%), Rio triunfou ainda em Leiria, com 54,06% dos votos, e beneficiou de resultados acima das expectativas nas regiões autónomas. Sendo esperada a sua vitória nos Açores, governados pelo seu ex-vice-presidente José Manuel Bolieiro, cujos militantes deram ao atual presidente 77,60% dos votos, mais surpreendente foi o triunfo folgado na Madeira, com 57,01% correspondentes a 1.183 votos.
Do lado de Paulo Rangel a maior vitória deu-se em Lisboa – Área Metropolitana, onde contava com apoio do atual e anterior líderes distritais, Ângelo Pereira e Miguel Pinto Luz. O eurodeputado atingiu 59,70% relativos a 2.523 votos, mais 820 do que Rui Rio, que mesmo assim suplantou o rival em concelhias como Sintra e Mafra, obtendo um intervalo percentual ainda mais amplo em Setúbal, com 63,95% (658 votos), além de uma curta vantagem sobre o incumbente em Lisboa – Área Oeste (54,39%).
Além dessas três estruturas distritais, o eurodeputado triunfou também entre os militantes residentes na Europa e Fora da Europa, com 96 votos no total dos dois círculos, contra 43 para Rio, e em mais seis distritos, mas nenhum deles com peso eleitoral suficiente para contrariar os bons resultados do líder reeleito noutras paragens. Chegou a 62,32% em Vila Real, a 64,65% na Guarda (antes do apuramento da votação na Meda, para a qual estavam inscritos 99 militantes), a 53,87% em Coimbra, a 52,98% em Castelo Branco (ainda sem Penamacor), a 50,91% em Portalegre e a 61,43% em Beja (ainda sem Castro Verde).
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