[weglot_switcher]

Risco de morte “aumenta muito com a idade”. 2% dos diagnósticos positivos não sobrevivem à Covid-19

Relativamente às regiões, o menor risco de morrer por Covid-19 ocorre na Madeira, enquanto que no Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve o risco é mais elevado.
Flavio Lo Scalzo/Reuters
23 Março 2021, 11h52

Numa apresentação intitulada de “Um ano de aprendizagem”, Henrique de Barros do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, fez uma avaliação sobre o risco de morrer por Covid-19, concluído que nos 50 dias após a notificação de infeção, 2% das pessoas não sobrevivem ao vírus da Covid-19.

Durante a sua intervenção na reunião de especialistas e governantes no Infarmed, esta terça-feira, o investigador indicou que este valor varia consoante o sexo, idade e naturalidade, indicando que os doentes do sexo masculino correm maiores riscos de morrer, comparativamente aos infetados do sexo feminino. Quanto à idade, existe uma taxa de 20% de letalidade na faixa etária dos 90+ anos e entre os 80 aos 89 esse valor reduz para 12%.

Relativamente às regiões, o menor risco de morrer ocorre na Madeira (0,40%), enquanto que no Centro (1,15%), Lisboa e Vale do Tejo, (1,43%), Alentejo (1,27%) e Algarve (1,23%) existe um maior risco de morrer por Covid-19.

Além disso, Henrique de Barros aponta a letalidade foi maior nos primeiros meses de pandemia, no entanto, sublinha que “já os meses de dezembro e janeiro têm valores mais altos durante o período que mediou maio e novembro” do ano passado.

Olhando para as variantes detetadas desde o início da pandemia, Henrique de Barros indica que entre as estirpes registadas em Portugal, a do Reino Unido representa, atualmente, uma taxa de 4,1% das mortes, no entanto, alerta que “a variante espanhola é a que tem a letalidade mais alta”. “É possível que a inglesa e a brasileira venham a ter relevância importante quando os números forem maiores”, acrescentou.

Sobre as escolas e o grupo etário integrante, o especialista refere que com estudos feitos em crianças e adolescentes mostram que “globalmente, as crianças e adolescentes têm menor risco de infeção, embora a evidência não seja forte”, tendo por isso um “papel menor do que os adultos na fase de transmissão” do vírus.

Durante a análise, o especialista referiu que em Portugal, “a proporção de crianças infetadas foi pequena” e mostra um gráfico da evolução da infeção na região Norte do país, que evidencia que o curso da infeção nas crianças e nos adultos foi “independente” da abertura das escolas. Porém, de forma geral, o especialista indica que as as medidas de mitigação no ambiente escolar funcionam e fazem com que a atividade letiva seja segura.

Quanto ao processo de vacinação, que considera ser um “efetivo de prevenção”, este desempenha um papel central no planeamento da resposta à infeção curto prazo, sendo evidente a diminuição de casos em contextos específicos. Ainda assim, explica o especialista, é necessário avaliar a situação nos lares e na população em geral.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.