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“Risco de ‘repricing’ dos ativos financeiros é um desafio para as seguradoras”

No Fórum Seguros, um evento organizado pelo Jornal Económico e a PwC esta quinta-feira em Lisboa, o presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, José Almaça, salientou ainda o clima de incerteza a nível global e que se estende à realidade nacional no setor.
28 Junho 2018, 09h59

No âmbito do Forum de Seguros promovido pelo Jornal Económico e a PwC, a decorrer no Hotel Ritz, em Lisboa José Almaça, presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros  Fundos de Pensões, abriu os trabalhos traçando o retrato atual do setor, destacando desde logo, o clima de incerteza, a nível global, que se estende à realidade nacional.

Com as questões da rentabilidade e solvabilidade evoluindo de forma favorável, apesar dos desafios e da vulnerabilidade existente, o supervisor denotou os os progressos ao nivel do crescimento do produto a par das fragilidades da divida pública e privada.

No campo das incertezas, o destaque recai sobre a os tipos de volatilidade dos mercados que conduzem a possíveis alterações súbitas dos investidores, continuando a sentir-se a pressão das baixas taxas de juro ou das expectativas com a inflação a afastar-se dos estimados 2%. o supervisor valorizou ainda o peso das medidas e estímulos BCE a diminuir e que incontornavelmente tem impactos negativos no setor segurador

Com nota ainda para o arrefecimento do crescimento económico global, o responsável frisou o impacto da escalada dos preços do petróleo, as incertezas geopolíticas, com o Brexit por terminar, perfazendo um cenário que que levanta riscos e grandes desafios para o setor, na medida em que os investidores tendem a diversificar ativos, visando sustentar perdas financeiras que possam ocorrer.

“Considerando a incerteza associada a todos esses riscos, bem como o papel do setor segurador como grande investidor institucional, o risco de repricing dos ativos financeiros continua a ser, na opinião da ASF, um dos principais desafios que as empresas de seguros enfrentam no horizonte mais imediato”, referiu José Almaça.

“Importa, assim, que os operadores continuem a seguir estratégias de investimento adequadas, assentes na diversificação de ativos, e a assegurar níveis de solvabilidade robustos que comportem buffers de capital adicionais bem acima dos mínimos exigidos para suportar eventuais perdas financeiras que possam vir a ocorrer”, sublinhou.

Sobre o setor, o conjunto de empresas supervisionadas pela ASF apresentou, em 2017, lucros globais de 324 milhões euros, mais do dobro do registado em 2016. “Esta evolução foi possível apesar do impacto relevante dos custos com sinistros resultantes dos incêndios de grandes proporções que devastaram o território nacional em junho e outubro de 2017”, frisou o presidente da autoridade.

 

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