A sessão de terça-feira nos índices norte-americanos já tinha tido alguma dose de dramatismo, com uma queda acentuada no final do dia que empurrou Wall Street para uma das maiores desvalorizações do último mês, tudo devido ao aviso deixado por Anthony Fauci, médico especialista em doenças contagiosas, director do National Institute of Allergy and Infectious Diseases e que desde Janeiro deste ano tem sido um dos principais membros da White House Coronavirus Task Force, que foi no entanto removido recentemente de cena por parte de Trump devido a desentendimentos entre ambos.
Numa videoconferência com um comité do Senado, liderado pelos Republicanos, Fauci alertou para os riscos de se reabrir a economia demasiado depressa, que a pandemia ainda não estava sob controlo e que o número de vitimas é provavelmente superior ao oficial.
Estas palavras de um dos mais reputados especialistas sobre o tema nos EUA colocaram água no fervura do entusiasmo que os Touros envergavam, nomeadamente porque criou uma nuvem cinzenta sobre a possibilidade da maior economia o mundo recuperar de uma forma célere, ou mesmo conseguir recuperar na totalidade, risco que ontem foi realçado pelo presidente da Fed.
Jerome Powell fez um discurso que foi recebido pelos investidores com uma dose considerável de cautela, quando referiu que apesar do banco central ir utilizar todas as suas ferramentas para evitar danos económicos mais profundos, tal poderá não ser suficiente sem o auxilio de mais política fiscal, no sentido de suportar a economia e tentar evitar ao máximo consequências irreparáveis para o tecido empresarial, derivado das medidas de quarenta colocadas em prática para combater a pandemia de Covid.
A mistura de ambas as intervenções encostou para já os Touros às cordas, permitindo aos Ursos pegar no mercado e levar ontem os índices norte-americanos para perdas que oscilaram entre os -1,55% no Nasdaq e os -2,17%, sendo que fora do trio principal o Russel 2000 afundou -3,32%. Ou seja, mais uma vez foram as grandes empresas tecnológicas que puxaram para cima, neste caso ampararam as quedas, o que deixa antever a falta do suporte essencial de abrangência para evitar que novas quedas estejam para breve, que podem passar por um teste aos mínimos atingidos em Março.
No mercado cambial o dólar americano valorizou 0,2% contra um cabaz de outras moedas principais, o que não impediu um ganho de 1,5% no preço do ouro, portanto uma procura considerável por protecção, que ajudou o yen a amealhar 0,1% para os 107.04.
O gráfico de hoje é do S&P500, o time-frame é de 5 minutos.
Ontem mais um padrão de duplo topo no índice principal, com a divergência no stochastic (linhas azuis) a reforçar a credibilidade do sinal.
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