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Riscos sobre crescimento da economia da zona euro estão “menos pronunciados”, diz Lagarde

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse esta quinta-feira que as projecções económicas de dezembro se mantêm “válidas” e que os riscos sobre a economia estão “menos pronunciados” devido ao acordo do Brexit e ao início da campanha de vacinação.
  • Armando Babani/EPA via Lusa
21 Janeiro 2021, 14h27

O Banco Central Europeu (BCE) antecipou esta quinta-feira que o outlook para o crescimento da zona euro permanece sob pressão, mas os riscos estão agora “menos pronunciados” por comparação com o mês de dezembro.

“As notícias sobre as expectativas para a economia global, o acordo sobre as relações entre a União Europeia e o Reino Unido e o início da campanha de vacinação são encorajadoras, mas a pandemia e as suas implicações para as condições económicas e financeiras permanecem fontes de risco”, realçou a presidente do BCE, Christine Lagarde, esta quinta-feira, durante a conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio da decisão sobre política monetária.

“No geral, os riscos sobre o outlook do crescimento económica da zona euro continuam sob pressão, mas menos pronunciados”, realçou a presidente do banco central.

O Conselho de Governadores decidiu esta quinta-feira manter inalterada a política monetária depois do processo de recalibragem que, em dezembro de 2020, reforçou o Programa de Compra de Emergência Pandémica em 500 mil milhões de euros, para um total de 1,85 biliões de euros, e prolongou o prazo do programa até março de 2022, face ao anterior prazo, de junho de 2021.

Christine Lagarde explicou que as projeções económicas feitas pelo staff do BCE em dezembro de 2020 se mantêm “válidas”, pelo que o Conselho de Governadores decidiu manter inalterada a política monetária.

“Os dados económicos, inquéritos e os indicadores de alta frequência sugerem que o ressurgimento da pandemia e intensificação que lhe é associada das medidas de confinamento terão provocado uma quebra da atividade no quarto trimestre de 2020 e terão um peso na atividade no primeiro trimestre deste ano”, disse a presidente do BCE, realçando que esta análise está “em linha” com o cenário base das projeções económicas de dezembro.

Entre os riscos económicos identificados, Lagarde referiu que o setor dos serviços está a sofrer mais impacto com as novas medidas de restrição à mobilidade social e industrial. E, apesar das medidas de política orçamental dos governos dos Estados Membros continuarem a apoiar as famílias e as empresas, “os consumidores permanecem cautelosos” devido à pandemia. Além disso, “a deterioração dos balancetes das empresas e a incerteza em relação ao outlook económico estão a pesar no investimento”.

A presidente do BCE abordou ainda a inflação na zona euro que, em dezembro se fixou nos -0,3%. No entanto, deverá “subir provavelmente nos próximos meses”, devido aos preços da energia e também devido ao fim da redução temporária do IVA na Alemanha.

No entanto, a inflação deverá continuar sob pressão, devido à “fraca procura”, especialmente nos setores do turismo e dos setores que dependem de viagens aéreas, e também por causa de pressões sobre os salários e a apreciação do euro face a outras divisas.

“Assim que desaparecer o impacto da pandemia, a recuperação da procura, apoiada por políticas acomodatícias orçamentais e monetárias, vão impulsionar a inflação no médio-prazo”, disse Christine Lagarde.

O BCE tem o mandato de colocar a taxa de inflação perto, mas abaixo dos 2%.

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