Reter e captar talento está a ficar cada dia mais difícil. Rita Lago, Corporate Culture & People Engagement manager da Fidelidade, trouxe esta terça-feira, 22 de fevereiro, o problema à coação, na conferência A experiência do Colaborador no Mundo Híbrido.
“Estamos a ter dificuldade, como muitas empresas, a reter talento. A reter talento para aquilo que é o mercado global, pois as saídas não estão a ser para outras empresas portuguesas. Não podemos dizer que estamos a partilhar o talento dentro da geografia nacional”. As saídas, adiantou, têm sido para empresas que nem sequer têm existência física em Portugal”, afirmou.
Moderada pelo subdiretor do Jornal Económico, Ricardo Santos Ferreira, a conferência contou com a participação de Tiago Borges, Career Business Leader na Mercer Portugal, e Sónia Falcão, Solution Sales Manager for Modern Workplace and Business Applications in the Enterprise Segment da Microsoft Portugal.
Rita Lago lembrou a heterogeneidade do grupo Fidelidade, que inclui empresas de seguros, de propriedade e de serviços e classificou os últimos dois anos de “tempos conturbados, mas muito enriquecedores”. Revelou depois que, há cerca de um ano foi lançado um novo programa de onboarding corporativo. Independente da função, da área ou da empresa, todos os colaboradores passam pela experiência, com a duração de três dias – o primeiro presencial, os dois seguintes remotamente. Cada edição envolve no máximo até 25 pessoas.
“Garantimos que tudo o que são objetivos transversais do grupo são concretizados nestes três dias”, adiantou, salientando os resultados: “Conseguimos uma coisa muito curiosa. As pessoas do grupo formam uma tribo e vão mantendo contacto entre elas, de forma autónoma. Quando têm problemas ou necessidades falam entre elas”.
O programa envolve todas as áreas e todas as funções ao nível do grupo Fidelidade, sendo também uma forma de saber o que as outras áreas e funções fazem. Curiosamente, diz Rita Lago, também ajuda a promover a mobilidade.
Os bons resultados do programa de onboarding corporativo já deram ideias. “Uma das nossas apostas é fazer um offboarding para que a experiência de saída seja igualmente positiva para que eventualmente no futuro voltem a ingressar a empresa nesta rotatividade de talento, que, no fundo, queremos promover”, adiantou a Corporate Culture & People Engagement manager.
Rita Lago disse ainda que o grupo Fidelidade estava longe de preparado para o que se seguiria. “Apenas 3% da população do grupo trabalhava remotamente antes do início da pandemia. Hoje invertemos completamente a curva e temos efetivamente muito pouca gente em trabalho presencial”.
Como qualquer caminho, também este se faz caminhando. “Diria que ainda nos estamos a adaptar, disse Rita Lago, para concluir: “Talvez quando tivermos feito todas as mudanças, seja a altura de voltar a mudar. É claramente um processo dinâmico”.
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