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Rock in Rio: O que precisa de saber para aproveitar o festival que vai juntar música e futebol

Música para todos os gostos, espaço para explorar, comida: celebração de 20 anos de Rock in Rio em Portugal. O melhor do festival que voou do Brasil para Lisboa tem nova morada, mas promete (como sempre) não desiludir.
14 Junho 2024, 19h13

O Rock in Rio mudou para a celebração dos 20 anos em Portugal. O vale do Parque da Bela Vista só vai ver concertos mais tarde, porque o festival de Roberta Medina ganhou asas e migrou para o Parque Tejo, onde tudo cresceu este ano. 

O festival de música vai decorrer nos próximos dois fins de semana: 15, 16, 22 e 23 de junho. Com uma nova localização no Parque das Nações, onde o trânsito é ainda mais caótico, Roberta Medina diz ao Jornal Económico que o carro é para ficar em casa. “Esquece. Não tem como chegar de carro”, respondeu a responsável pelo festival em Portugal quando questionada sobre as críticas da mudança para um local onde os acessos são aparentemente fracos. 

Mas não são. “Montámos um mega esquema, uma operação nunca vista em Portugal. Temos a estação [de comboios] de Sacavém à porta, então o país chega mais fácil”, explica. E, comprovadamente, é um facto: é uma caminhada de cerca de cinco minutos até à entrada do festival, pouco menos de 500 metros até começar a revista das malas. 

Tal como na Bela Vista, existe a referência do Metro de Lisboa, onde o festival, em conjunto com a Carris, criou um shuttle direto para o local do evento. “Precisamos de controlar o uso do shuttle, e o bilhete está sempre em pré-venda na app. As viagens custam 0,50 euros para cada lado”. 

“O desafio é fazer com que as pessoas compreendam que um evento em massa não se faz em transporte individual. Não tem como dar certo ter milhares de pessoas a vir para o mesmo lugar, à mesma hora. Não é viável trazer tantos carros para o mesmo lugar”, adianta Roberta Medina, explicando ainda que a “mensagem mais importante é reeducar o público e encorajar o uso de transportes públicos como a única solução”. 

Adivinhando-se dias com temperaturas elevadas, na ordem dos 25ºC, a organização conseguiu instalar 80 pontos de água pelo espaço. “Tem que beber água. Vamos ter 80 pontos de água espalhados pelo recinto. O copo já é reutilizável, então a água nem sequer é uma questão. Até porque não dá para fazer festival com garrafinha de água…”, conta, quase como ao lembrar as duas décadas que se passaram desde a estreia. 

Tirando a água e a organização pessoal em termos de transportes, Roberta Medina assume que o parque à beira Tejo tem muito mais espaço que a Bela Vista, existindo assim mais espaço para colocar as food trunks que servem o espaço da alimentação. 

E em termos de música? Bem, podemos ter más notícias… O primeiro dia de Rock in Rio desta edição especial já se encontra esgotado: 80 mil pessoas vão estar espalhadas pelo Parque Tejo em Lisboa para assistir a uma bandeja recheada do rock dos últimos anos, nomeadamente Scorpions, Evanescence, Extreme e Xutos & Pontapés com a Orquestra Filarmónica Portuguesa, estando ainda completo com Hybrid Theory (banda portuguesa de tributo aos Linkin Park) e The Legendary Kigerman. 

Mas um cartaz de bons artistas implica escolhas difíceis. Ao JE, Roberta Medina admitiu que os festivaleiros vão ter que “escolher” bem os artistas que não querem perder. “É preciso organizar a agenda. Este ano vai ser diferente dos anteriores, porque existem dois palcos principais que se intercalavam. Este ano, [os palcos] Galp e Tejo têm shows em simultâneo, então têm que escolher”, avisa. O palco Mundo, onde vão tocar todos os cabeças de cartaz junto ao Tejo e com a ponte como pano de fundo, continua a ser o principal de todos os palcos espalhados pelo recinto (Mundo, Galp, Tejo, Super Bock Digital Stage).

A vantagem dos quatro dias de Rock in Rio “é ter dias diferenciados entre si, o que permite trabalhar com públicos diferentes”. “No primeiro dia temos Scorpions, que é um público mais velho, roqueiro; o segundo com Ed Sheeran e Fernando Daniel, remete para família”. 

E o último fim de semana? “Dia 22 é o mais transversal”. É que além dos Jonas Brothers nunca terem atuado em Portugal e de terem cancelado grande parte da tour mundial, joga a seleção portuguesa. “Temos um jogo de Portugal [contra a Turquia] para o Euro2024 e nesse dia a Cidade do Rock inteira vai parar para transmitir o jogo, para não deixar ninguém dividido sobre o que quer ver. Temos futebol e música”. E essa é mesmo a programação: das 17h às 19h todos os palcos estarão a transmitir, em direto, o jogo Portugal-Turquia. 

A mudança para este novo recinto inclui também a existência de mais espaço para os festivaleiros se movimentarem, daí a organização ter mantido os mesmos 80 mil bilhetes em vez de expandir desmesuradamente. “Aqui deixamos de ter os encontrões que eram gerados pelo fluxo de pessoas quando acabavam os concertos. Há muitos mais espaços para as pessoas circularem”, refere Roberta Medina. 

Sobre a diferença musical entre os dias, a organizadora adianta o que o dia é sempre definido pelo headliner do palco Mundo. “Depois complementamos a experiência” de cada dia. “Vamos ter sempre públicos diferentes a fazer jornadas diferentes aqui dentro. As pessoas não têm de gostar de tudo, podem ter jornadas diferentes. Há pessoas que vêm com família, outra com amigos e nem todos gostam do mundo. Podemos viver a experiência juntos, mas cada um pode curtir o seu mundinho”. 

E quando acontece a celebração? O próprio festival já é uma celebração, mas o Rock in Rio ‘guardou’ para o palco Mundo, entre as 22h15 e as 22h30 de cada dia, um espetáculo para o aniversário das duas décadas de festival. 

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