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Rodrigues dos Santos diz que reúne “melhores características pessoais e políticas” do que Nuno Melo para liderar o CDS

O presidente do CDS-PP considerou hoje que “não é tempo” de o partido “voltar a insistir nos erros do passado”, mas de “olhar para a frente”, e que o futuro se faz de novas ideias e protagonistas.
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Francisco Rodrigues dos Santos
10 Outubro 2021, 16h32

Em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, depois de se ter dirigido ao Conselho Nacional, que está reunido por videoconferência e à porta fechada para marcar o 29.º congresso que a direção propõe que se realize no final de novembro, Francisco Rodrigues dos Santos, que já anunciou que é recandidato à liderança, afirmou que a sua proposta “não foi nem nunca será um regresso ao passado”.

“Não queremos olhar para trás, queremos olhar para a frente”, indicou, considerando que “o futuro faz-se de novas ideias, de protagonistas que refresquem a direita”.

Considerando que se vive um “tempo de futuro, tempo de anseio por novos rotos, protagonistas e ideias”, o presidente afirmou que “a política faz-se a cores e não a preto e branco”.

“Eu estou absolutamente seguro que sou a pessoa certa para continuar a atingir os objetivos, e estou certo que juntos vamos conseguir reerguer este partido apesar da herança que recebemos”, salientou também, realçando que a estratégia que seguiu ao longo do mandato “deu frutos” e “permitiu ao partido crescer e afirmar-se no exercício do poder regional e autárquico”.

Indicando que cumpriu o seu dever, Francisco Rodrigues dos Santos defendeu inclusivamente que “ninguém, nas mesmas condições, era capaz de fazer melhor” do que a sua direção.

Por isso, disse possuir, “no atual ciclo político nacional e no atual momento do CDS, melhores características pessoais e políticas” do que o seu opositor, o eurodeputado Nuno Melo.

“Estou empenhado em reconstruir o partido há dois anos, desde que fui eleito, não me lembrei agora num momento que é para alguns mais propício de me disponibilizar para servir o meu partido”, criticou.

Dizendo ter “um rumo para o partido com pessoas e ideias”, o presidente frisou que o CDS-PP “nunca será um partido de grupo”.

“Agora é momento certo de prepararmos legislativas, unir o partido em torno da minha liderança para derrotar a esquerda no governo do país e permitir ao CDS ser também alternativa de governo”, continuou.

Estabelecendo como um dos objetivos “entregar um partido robusto e rejuvenescido às novas gerações”, Rodrigues dos Santos disse querer “contar com todos, os de antigamente, os de sempre e os que se possam vir a juntar” ao CDS para “unir o partido” e levar a que fale “a uma só voz”.

Nuno Melo apresentou a sua candidatura à liderança do partido no sábado, no Porto, com cerca de centena e meia de convidados presentes, entre os quais o líder da bancada parlamentar centrista, Telmo Correia, o ex-deputado Hélder Amaral e os deputados Cecília Meireles, Pedro Morais Soares e João Almeida.

O presidente da distrital de Braga do CDS-PP e antigo vice-presidente nacional justificou que a sua candidatura é “uma obrigação e um imperativo de consciência” face à “progressiva perda de relevância” do partido, propondo-se “unir” e “chamar os que estão afastados”.

Questionado sobre o apoio do líder parlamentar a Nuno Melo, Francisco Rodrigues dos Santos disse que vê “com normalidade e espírito democrático” e que “não é surpresa” para si “nem para ninguém”.

Já sobre a relação entre a direção e os deputados caso seja reeleito presidente do CDS-PP no congresso, o líder antecipou que “manter-se-ão na esteira daquilo que foi o relacionamento institucional dos últimos anos”.

Quanto ao facto de a disputa acontecer numa altura em que vai ser debatido no parlamento o Orçamento do Estado, Rodrigues dos Santos mostrou-se convicto que “o debate orçamental não será prejudicado por culpa da vida interna do partido”, porque o CDS tem “um conjunto consolidado de propostas”.

Questionado ainda sobre a crítica de Nuno Melo de que o partido “não pode coligar-se com o PSD à segunda e negociar orçamentos do Estado com o PS na quinta-feira”, o presidente afirmou que o eurodeputado propõe uma “oposição destrutiva” que “não apresente soluções para o país e não dialogue”, considerando que isso “é fazer um favor ao PS”.

E questionou se o objetivo é ter “uma direita trauliteira e caceteira, de protesto”, rejeitando que seja esse o caminho que o partido deve seguir, e desafiou o opositor a “clarificar a sua agenda”.

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