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Ronda de financiamento avalia Revolut em mais de cinco mil milhões de euros

A Revolut levantou 462 milhões de euros na ronda de financiamento série D, onde obteve uma avaliação de 5,08 mil milhões, numa altura em que o banco digital prossegue os esforços para passar a conceder crédito em todos os mercados em que opera. No entanto, ainda não tem data definida para o fazer.
  • Nikolay Storonsky e Vlad Yatsenko, fundadadores da Revolut
    Nikolay Storonsky e Vlad Yatsenko, fundadadores da Revolut
25 Fevereiro 2020, 00h00

O banco digital Revolut foi avaliado em 5,5 mil milhões de dólares (5,08 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual) na última ronda de financiamento série D, em que angariou 500 milhões de dólares (cerca de 462 milhões de euros), uma operação que já vinha a ser trabalhada e da qual o Jornal Económico (JE) já tinha obtido confirmação junto de fonte oficial da fintech.

Em comunicado, a Revolut explica que o capital levantado será canalizado para reforçar a experiência ao cliente e fortalecer as ofertas nos segmentos B2C e B2B, designadamente no desenvolvimento de produtos que promovam a utilização diária da app.

Além disso, o capital levantado servirá ainda para investir na melhoria do serviço de apoio ao cliente e implementar operações bancárias em toda a Europa.

Paralelamente, a Revolut continua a trabalhar na concessão de crédito, quer no segmento de retalho, quer no segmento ‘business‘. Questionada sobre quando é que começaria a conceder crédito em Portugal, fonte oficial da Revolut respondeu que “embora seja uma prioridade estratégica para 2020, ainda não estamos a avançar com datas para o lançamento destes produtos no mercado nacional”.

“Temos uma missão que é construir uma plataforma financeira global. No futuro, as nossas prioridades são o desenvolvimento das operações bancárias na Europa, o aumento do número de pessoas que usam a Revolut numa base diária, e caminhar no sentido da rentabilidade” disse Nik Storonsky, em comunicado.

Em novembro do ano passado, o Jornal Económico entrevistou Nikolay Storonsky, co-fundador e CEO da Revolut, que revelou que a empresa ia “operacionalizar o banco e passar a emitir cartões de crédito” a partir de dezembro de 2019.

Segundo a página oficial da Revolut na internet, a fintech refere que, de momento, a concessão de crédito está limitada apenas aos clientes que são residentes no Reino Unido, com limite até 25 mil libras esterlinas, embora admita estar a preparar a concessão de crédito “em todos os mercados brevemente”.

No total, o banco digital angariou 836 milhões de dólares em quatro rondas de investimento. Na série A levantou 8,9 milhões, tendo depois angariado 66 milhões na série B, valor que foi depois superado na série C, em que levantou 250 milhões.

A Revolut revelou que foram mais de 20 os investidores que participaram na ronda de financiamento de Série D, incluindo as firmas de venture capital TCV, que liderou a operação, DST Global, Ribbit Capital e Lakestar.

No comunicado, o banco digital revela ainda que vai também concentrar-se “no desenvolvimento dos seus planos de subscrição Premium e Metal, que garantiram um elevado fluxo de receita, ao crescer 154% no ano passado”. “As contas Premium e Metal da Revolut incluem uma variedade de benefícios para os clientes, como câmbio ilimitado, acesso a Salas Vip nos aeroportos, compra e venda de ações sem comissão ou seguro de viagem”, lê-se no documento.

O reforço dos colaboradores será também uma das missões para cumprir, numa altura em que a Revolut emprega em vários locais mais de duas mil pessoas.

“Ronda de investimento não está relacionada com uma eventual IPO”

Geralmente, a ronda de financiamento série C marca o final do ciclo de investimento de capital privado em startups. Por vezes, estas jovens empresas necessitam de capital adicional para expandir o negócio, seja operacional, seja geograficamente, antes de dispersarem capital em bolsa.

Ao JE, em novembro, Nik Storonsky não descurou uma eventual oferta pública de venda (em inglês, IPO), frisando na altura que “os investidores precisam de retornos”, apontando a dispersão de capital em bolsa para “daqui a dois ou três anos”.

Questionada sobre os possíveis impactos desta ronda de financiamento numa IPO, fonte oficial da Revolut respondeu que “esta ronda de investimento não está relacionada com uma eventual IPO”.

No ano passado, a Revolut mais do que duplicou a base de clientes, que aumentaram em 169% face ao ano anterior, sendo que o banco digital destaca que “o número de clientes ativos diários disparou 380%”.

Em 2018, a Revolut registou um prejuízo de 32,8 milhões de libras (cerca de 37 milhões de euros), justificado pelo investimento continuado e pela expansão para novos mercados. A Revolut deverá apresentar os próximos resultados em setembro.

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