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“Rota do Crescimento” começa em Braga, terceira cidade com maior volume de exportação

Iniciativa do JE chega esta quarta-feira a Braga para tomar o pulso ao município onde as exportações cresceram 265% nos últimos onze anos, de acordo com a InvestBraga. Ricardo Costa, CEO do grupo Bernardo da Costa, sustenta, em conversa com o JE, que “Braga tem vindo a afirmar-se como uma das cidades economicamente mais relevantes do país”.
neg – 17 abril 2015 – theatro circo – centenario – braga
10 Fevereiro 2025, 07h00

É já na próxima quarta-feira, dia 12 de fevereiro, que Braga recebe o primeiro evento da Rota do Crescimento. A cidade dos arcebispos vai ser o palco do lançamento deste novo projeto do Jornal Económico, que irá reunir decisores políticos, associações e empresários, para discutir os apoios às pequenas e médias empresas, neste percurso que une várias cidades do país e que começa na capital minhota.

Esta é uma iniciativa que conta com ampla cobertura editorial no site e nas redes sociais do JE e transmissão em direto esta quarta-feira, através da plataforma multimédia JE TV. Inscreva-se e conheça aqui o programa desta iniciativa do JE.

Um projeto inovador de partilha de informação que servirá, certamente, para criar sinergias entre os vários players económicos. Um evento que conta com o apoio da Sabseg, do Crédito Agricola, da Yunit e da InvestBraga. E foi precisamente o braço económico do município quem revelou os últimos dados económicos sobre a região.

Exportações: Braga entre as mais dinâmicas da Península Ibérica

Num relatório partilhado no ano passado, a InvestBraga revelou que foram movimentados 2.833 milhões de euros em exportações, no ano de 2023, que representam um crescimento de 3,65% em relação ao ano anterior, destacando Braga como a terceira cidade com maior volume de exportação em Portugal.

O documento realça ainda que, desde 2013, as exportações aumentaram 265%, posicionando a cidade entre as regiões mais dinâmicas da Península Ibérica.

Um aspecto sublinhado também por Ricardo Costa, ex-presidente da AEMinho (Associação Empresarial do Minho) e CEO do grupo bracarense Bernardo da Costa. Em declarações ao Jornal Económico, o empresário realça que “Braga tem vindo a afirmar-se como uma das cidades economicamente mais relevantes do país”. Para além disso, “o concelho possui um dos PIB per capita mais elevados do Norte e apresenta um crescimento sustentado nas exportações e no emprego”.

E os dados revelados pela InvestBraga parecem dar-lhe razão. Com 500 postos de trabalho criados anualmente, o crescimento económico de Braga ultrapassa o de Portugal e Espanha, de acordo com a empresa municipal. A estratégia para 2026, centrada no lema “Invented/Designed in Braga”, visa transformar a cidade num núcleo de talento e inovação. O desemprego na cidade, esse, está a diminuir e mais de seis mil pessoas procuravam emprego, num contexto de aumento da população ativa.

O mesmo documento mostrava ainda que a iniciativa “Work in Braga”, uma colaboração entre a InvestBraga, a Câmara Municipal e empresas locais, registou mais dois mil postos de trabalho criados. Com cerca de 300 empresas registadas nesta plataforma, a procura por profissionais tem sido elevada.

A indústria bracarense, especialmente nos setores tecnológico e automóvel, desempenha um papel crucial no comércio externo de Portugal. Segundo Ricardo Costa, que foi presidente da AEMinho até maio do ano passado, sendo sucedido no cargo pelo atual líder da associação Ramiro Brito, “as empresas sediadas em Braga têm ganho projeção internacional”, o que reforça a cidade como um dos principais motores económicos do país.

Indústria mas também turismo

Além do setor industrial, o turismo em Braga tem experimentado um crescimento exponencial. Este fenómeno é atribuído ao “património histórico e cultural, à gastronomia rica e ao dinamismo dos eventos locais”. O turismo não só atrai visitantes, mas também impulsiona a economia local, contribuindo para uma base económica diversificada e resiliente.

Ainda de acordo com Ricardo Costa, “Braga tem sabido enfrentar desafios e aproveitar oportunidades de crescimento”. Este ambiente favorável tem atraído investimentos e ampliado a presença de empresas de renome, que reconhecem o potencial da cidade. O crescimento da indústria e do turismo em Braga é um reflexo do esforço conjunto entre as autoridades locais e o setor privado. “A colaboração entre as empresas e as instituições tem sido fundamental para o desenvolvimento sustentável da região”, salienta o administrador do grupo Bernardo da Costa.

Uma opinião que sustenta os dados divulgados em 2024 pela empresa municipal, pois nos principais indicadores de 2023, Braga apoiou 87 novos investimentos através do Espaço do Investidor e conquistou 53 novos investimentos externos. A Startup Braga assegurou mais de 21 milhões de euros para startups, e o Forum Braga organizou 233 eventos, atraindo 730.439 visitantes.

De salientar também que Braga tem sido reconhecida a nível nacional e internacional, recebendo prémios pela sua estratégia de atração de investimentos e inovações empresariais.

Em 2023, a cidade foi premiada na categoria “Best FDI Strategy” pela fDi Intelligence Magazine, e em 2024 destacou-se novamente. Além disso, foi distinguida como “Cidade Verde Global”, evidenciando o seu compromisso com a sustentabilidade e o desenvolvimento ambiental.

Para Ricardo Costa é mais do que evidente que a cidade de Braga tem vindo a registar um “crescimento económico sustentado e dinâmico nos últimos anos”. Para o empresário, Braga destaca-se como um dos polos mais competitivos de Portugal, conseguindo “combinar a sua forte tradição industrial com a inovação e o empreendedorismo”.

Setores estratégicos, ensino e investigação em sinergia

Os setores estratégicos da cidade, como as tecnologias de informação, a engenharia, a indústria automóvel e a biotecnologia, têm contribuído significativamente para esta evolução. Ricardo Costa diz ainda que “a presença de instituições de ensino e investigação de referência, como a Universidade do Minho, o IPCA e a Universidade Católica, tem sido fundamental para a qualificação do talento e a atração de investimento”.

Esta sinergia entre educação e indústria tem permitido que a cidade desenvolva um ecossistema empresarial vibrante. “A capacidade empreendedora dos bracarenses, aliada a esse ambiente favorável, tem impulsionado a internacionalização das empresas e a diversificação da economia local”, acrescenta o CEO do grupo que agrega 11 empresas e emprega perto de 400 pessoas, o grupo Bernardo da Costa.

E o futuro, nas palavras do empresário, parece ser cada vez mais risonho. Isto porque a cidade de Braga está a afirmar-se como um centro global e inovador, com uma tendência crescente que promete solidificar a sua posição no panorama nacional e europeu.

O investimento em tecnologia, inovação e sustentabilidade será fundamental para consolidar Braga como um polo de referência. O desenvolvimento de infraestruturas, a aposta na mobilidade inteligente e o reforço da ligação entre empresas e universidades são identificados como fatores cruciais para acelerar este crescimento. “Estes elementos irão não só modernizar a cidade, mas também criar um ambiente propício à inovação”, afirma Ricardo Costa.

Além disso, Braga está a preparar-se para liderar a criação de uma futura Área Metropolitana do Minho, integrando municípios vizinhos e potenciando sinergias regionais. A cooperação entre cidades como Guimarães, Famalicão, Barcelos e Viana do Castelo permitirá fortalecer a competitividade da região, antecipa o administrador do grupo Bernardo da Costa.

“A coesão territorial é essencial para criar um verdadeiro motor de desenvolvimento económico para o Norte de Portugal”, sublinha o empresário. Com uma economia “vibrante” e uma forte identidade cultural, Ricardo Costa acredita que Braga está no caminho certo para se tornar uma das cidades mais influentes do país.

Na opinião do empresário bracarense, o futuro da cidade passa por potenciar estas vantagens e projetar Braga como um modelo de crescimento sustentável e inteligente.

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