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Rui Rio congratula-se com a aproximação do PS às propostas do PSD

Desta vez no Porto, o líder do PSD afirmou que, tanto na área da redução dos impostos como no investimento público, os socialistas estão a convergir com os sociais-democratas. Fica por saber, diz Rio, como é o financiamento.
11 Setembro 2019, 15h14

O líder do PSD, Rui Rio, continuou esta quarta-feira um pequeno périplo (em versão de almoço) junto dos empresários – que começou ontem em Lisboa e seguiu hoje na sede da Fundação AEP, num evento organizado pela Confederação de Comércio e Serviços de Portugal – durante o qual teve oportunidade de afirmar que está contente com o facto de o PS vir a aproximar as suas promessas eleitorais daquelas que o seu partido (ou ele próprio) tem vindo a propor.

Mais especificamente, Rui Rio referia-se à ultima promessa socialista de diminuir os impostos em cerca de 200 milhões de euros. “Se quisermos acreditar naquilo que o PS diz, quer dizer que está no caminho certo e está a vir até nós. 200 milhões é uma insignificância – mas o PS caminha para um quadro económico parecido com o nosso, que é de prudência com ambição”, referiu.

O líder social-democrata recordou que “a redução de impostos e o aumento do investimento público são, da parte do PSD, coisas exequíveis” e voltou a afirmar que, “no que se refere ao aumento do investimento público, temos 3,6 mil milhões para privilegiar a saúde e os transportes”.

Congratulando-se com o facto de o PS estar a aproximar-se do PSD, Rio foi contudo muito crítico quanto à forma como os socialistas chegam às promessas que se propõem avançar no próximo ano, se se der o caso de ganharem as eleições. O problema, diz, é que o PS não explica de que forma chega às promessas que entende apresentar aos portugueses – nomeadamente no que tem a ver com a forma de as financiar.

É a tradicional falta de rigor dos socialistas, afirma Rio, que acusa o PS de fazer as coisas exatamente ao contrário do que é suposto. “Nós pegamos no quadro macroeconómico oficial do Conselho de Finanças Públicas, e trabalhamos a partir daí”, e é por isso que “estamos longe de dizer que em quatro anos os portugueses vão ficar no paraíso”.

Mais especificamente, Rio quis referir a questão do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que o PS admite estar em má posição, apesar de assegurar que manteve ali um elevado nível de financiamento. “O PS sente a necessidade de dizer o mesmo que nós temos vindo a dizer, o que comprova que o que temos vindo a dizer tem sustentabilidade, senão não andaríamos a ser copiados”, referiu.

Rio insistiu: “Quando o Governo vem dizer que investiu mais dinheiro, mas o SNS está pior, é grave. Se ganhar as eleições vai fazer melhor? Como? Os partidos têm de propor coisas de forma equilibrada. No SNS, o PS dá o braço a torcer, diz que está mal mas vai por bem, sem dizer como”. Novamente uma questão de financiamento.

Sobre a educação, “não tenho informações que vai correr bem ou mal, temos de aguardar o que vai acontecer”, disse Rio, que não se esqueceu de reforçar que “sabemos que se o PS ganhar as eleições haverá um conflito com os professores; se for o PSD a ganhar, iremos sentar-nos à mesa com eles”.

Rio recordou que “é absolutamente vital ter um modelo de crescimento económico diferente do que temos tido, se é que se pode chegar modelo de crescimento àquilo a que temos assistido”. O crescimento, “muito assente no consumo”, está desalinhado com as prioridades, uma vez que destrói a balança comercial e é por isso, diz Rio, que “os bens transacionáveis” têm de regressar ao topo das prioridades.

Numa sala cheia – mas falha de empresários de topo –, Rui Rio explicou a forma como o PSD chegou às soluções que tem vindo a apresentar ao eleitorado, tendo partido do quadro proposto pelo Conselho. Prudência com ambição, recordou.

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