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Rui Rio considera “provável” ser necessário um inquérito parlamentar sobre Novo Banco

“O Governo devia ter tido o cuidado de aferir antes de pagar (…) Isso o Governo não cuidou de fazer e agora vai correr atrás do prejuízo, mas não é prejuízo do Governo, mas de todos os portugueses”, criticou o presidente do PSD.
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    Tiago Petinga/Lusa
28 Julho 2020, 17h15

O presidente do PSD considerou esta terça-feira que o pedido feito pelo Governo à PGR sobre o Novo Banco “é positivo, mas não chega”, defendendo uma investigação judicial e admitindo como “provável” a necessidade de um inquérito parlamentar.

Em reação a uma notícia de hoje do jornal “Público”, que dá conta de que um fundo das ilhas Caimão comprou casas do Novo Banco abaixo do valor previsto com o crédito desta instituição financeira (com as perdas cobertas pelo Fundo de Resolução), Rio voltou a lamentar que o Governo tenha entregado “milhões de impostos dos portugueses” a esta instituição sem aferir se as perdas eram “reais ou fabricadas”.

“O Governo devia ter tido o cuidado de aferir antes de pagar (…) Isso o Governo não cuidou de fazer e agora vai correr atrás do prejuízo, mas não é prejuízo do Governo, mas de todos os portugueses”, criticou.

Questionado sobre o pedido feito pelo primeiro-ministro à procuradora Geral da República, Lucília Gago, para que o Ministério Público, enquanto representante do Estado, desenvolva os procedimentos cautelares adequados à proteção dos interesses financeiros do Estado, o líder do PSD considerou-o positivo, mas insuficiente.

“Não chega, com certeza que acho que é positivo. Sim, evitar que no futuro se faça mais isto, mas acima de tudo apurar o que se fez. O dinheiro, entretanto, já vai não sei aonde, já vai nas ilhas Caimão”, alertou.

Rui Rio voltou a defender “uma investigação judicial a sério do Ministério Público” – que considerou ter um alcance completamente diferente da auditoria independente em curso ao Novo Banco -, mas admitiu igualmente a necessidade de um escrutínio político.

“Dá-me ideia que isto vai carecer também de uma investigação política para aferir verdadeiramente o nível de responsabilidade do Governo: o Governo assume que recebia a fatura e entregava o dinheiro e houve até uma dessintonia entre o então ministro das Finanças [Mário Centeno] e o primeiro-ministro”, recordou.

Questionado se poderá vir a ser constituída uma comissão de inquérito especificamente para tratar deste assunto, Rio respondeu: “É bem provável”.

“O PSD admite sempre tudo, mas não vamos pôr o carro à frente dos bois”, pediu, apelando a que se deixe passar “mais algum tempo”, até porque durante o mês de agosto o parlamento só funciona através da comissão permanente.

“Iremos ver a tempo e horas o que há a fazer no plano político. Em paralelo correrá, estou convencido disso, uma investigação judicial”, afirmou.

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