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Rui Rio continuará a liderar a oposição?

Raras são as perguntas a que 2020 dará tão rápida resposta.
29 Dezembro 2019, 13h00

Raras são as perguntas a que 2020 dará tão rápida resposta. Com as eleições diretas para a liderança do PSD marcadas para 11 de janeiro, saber-se-á quatro dias mais tarde se mais de metade de um colégio eleitoral formado pelos militantes sociais-democratas com quotas em dia decidiu manter Rui Rio no cargo que exerce desde fevereiro de 2018. Caso assim aconteça, tudo ficará resolvido e o maior partido de oposição ao Executivo minoritário de António Costa continuará a ter o antigo presidente da Câmara do Porto como primeiro interlocutor nos debates quinzenais na Assembleia da República – ainda que Rio cumpra a promessa de ceder a liderança do grupo parlamentar a outro deputado.

No entanto, mesmo sendo bastante improvável que Luís Montenegro obtenha mais de metade dos votos a 11 de janeiro, uma segunda volta entre os dois candidatos mais votados, que ocorrerá a 18 de janeiro caso seja necessária, seria forçosamente uma má notícia para o atual presidente do PSD, que muito dificilmente conseguiria ganhar votos entre os apoiantes de Miguel Pinto Luz, o vice-presidente da Câmara de Cascais, que tem bastante força nas distritais de Lisboa e Setúbal.

Dito isto, a mobilização de militantes nos derradeiros dias antes de terminar o prazo para pagar quotas deixou indícios de que Rui Rio tem, no mínimo, fortes hipóteses de continuar líder, o que signica que o PSD manteria o posicionamento centrista que é desejado pelo Iniciativa Liberal (sendo “liberal” um termo que Montenegro e Pinto Luz não encaram como um palavrão) e pelo Chega, podendo ser igualmente útil para quem vier a liderar o CDS-PP.

Vendo consagrada a liderança no 38.º Congresso do PSD, que decorre a 7, 8 e 9 de fevereiro, em Viana do Castelo – com os delegados a serem também eleitos a 11 de janeiro -, Rio manterá o estatuto de líder da oposição, fiel ao estilo que até agora não lhe tem rendido os melhores resultados eleitorais. No entanto, a verdade é que as expetativas de vitória nas regionais dos Açores, em setembro ou outubro de 2020, são bastante baixas. O que estará realmente em causa, além da permanente prontidão para eleições antecipadas – tendo em conta a ausência de maioria parlamentar estável -, é a preparação para as autárquicas de 2021. E 2017 correu tão mal ao PSD que, como numa velha canção, o único caminho será para cima.

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