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Rui Rio defende que Ministério Público deve investigar execução do contrato de venda do Novo Banco

“O Novo Banco deve ter sido o único proprietário em Portugal que nos anos imediatamente anteriores à pandemia vendeu imóveis a perder dinheiro e mais estranho se torna quando com as notícias que ouvimos parece ter vendido a fundos de investimento com ligação recente ao presidente do seu próprio conselho geral de supervisão”, afirmou o líder do PSD:
  • Cristina Bernardo
24 Julho 2020, 12h50

O presidente do partido social democrata, Rui Rio comentou a atuação do Estado perante a TAP e o Novo Banco e considerou as empresas “dois monstros de proporções gigantescas”, durante debate sobre Estado da Nação, esta sexta feira, dia 24 de julho.

“É altamente preocupante assistir à forma como tem sido geridos os dossiers da TAP e do Novo Banco”, garantiu Rui Rio que assegurou que “estamos perante dois monstros de proposições gigantescas em face da debilidade das nossas finanças públicas”.

“No Novo Banco não se entende como o Governo entrega recorrentemente milhões de euros dos nosso impostos sem cuidar de analisar ao pormenor a despesa desses pagamentos e a razoabilidade das perdas invocadas, perdas que o banco apurou na venda de imóveis precisamente em tempo de forte alta do mercado imobiliário”, apontou Rui Rio.

O líder do PSD referiu ainda que “o Novo Banco deve ter sido o único proprietário em Portugal que nos anos imediatamente anteriores à pandemia vendeu imóveis a perder dinheiro e mais estranho se torna quando com as notícias que ouvimos parece ter vendido a fundos de investimento com ligação recente ao presidente do seu próprio conselho geral de supervisão”. “Ainda que esta transação possa vir a ser considerada formalmente legal, ela é eticamente muito questionável e carece de pormenorizado esclarecimento”, acrescentou.

“Também não se entende porque razão o Novo Banco agrupa em lotes gigantescos os imóveis que pretendam alienar restringindo a procura e reforçando, assim o peso negocial dos potenciais compradores”, sublinhou Rio Rio que acredita existirem provas suficientes para que “o ministério público se possa debruçar sobre a forma como este contrato de venda do Novo Banco à Lone Star tem vindo a ser executado”.

TAP, a “empresa falida” 

Depois de comentar as questões relacionadas com o Novo Banco, Rui Rio debruçou-se sobre a TAP que considerou ser uma “empresa falida com permanente atuação de prejuízos”. “A TAP não foi capaz de apresentar um plano de negócios e a correspondente estruturação, a TAP apenas pediu o dinheiro que entendeu e o Governo decidiu de forma temerária entregar imediatamente mil milhões de euros”, lembrou.

Para Rui Rio, o dinheiro investido na transportadora aérea “serve entre outros fins ara pagar o lay-off principesco, que apesar de não ter dinheiro, a TAP decidiu pagar aos seus colaboradores os prémios salariais que gosta de distribuir em anos de prejuízo”.

O líder do PSD lembrou ainda que o partido sempre avisou que “sem plano credível, sem reestruturação devidamente negociada, o Estado não devia entrar num negócio que tudo tem para ajudar o país a arruinar-se financeiramente”

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