O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, defendeu esta quinta-feira a necessidade de se colocar um “ponto final” na polémica entre com o Conselho de Jurisdição Nacional e a direção do partido. O líder social-democrata classificou o seu “julgamento” e o do líder parlamentar do PSD como “um episódio para esquecer” e rejeitou a possibilidade de levar o tema ao Conselho Nacional de junho.
“[A polémica entre o Conselho de Jurisdição e a comissão política nacional do PSD] é um manifestamente assunto interno que espero que tenha o seu epílogo agora. Não alimentar essa polémica, ao estar a pôr comentário em cima de comentário”, referiu, no final de uma visita à 55.ª Capital do Móvel, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.
Depois de a comissão política nacional do PSD ter vindo acusar o ‘tribunal’ do partido de prejudicar o PSD, com uma “perturbação estéril e desnecessária”, num momento em que o “foco” deve estar nas autárquicas, Rui Rio sublinhou que, da parte da direção, com esse comunicado pretendeu-se “pôr um ponto final no assunto, só não é um ponto final se alguém levantar o assunto para evitar que seja um ponto final”.
Rui Rio negou ainda a intenção da direção de levar o tema ao Conselho Nacional de dia 4 de junho e disse que o objetivo do Conselho Nacional é “discutir os problemas do país” e “aquilo que, em termos partidários, é o principal objetivo são as eleições autárquicas de setembro/outubro”. “Isso é que deve centrar o Conselho Nacional: as autárquicas e a estratégia do partido. Espero que as pessoas vão lá falar sobre isso”, disse.
“Este episódio é preferencialmente para esquecer. Espero que assim seja e que haja esse espírito de responsabilidade da parte de todos, a começar por mim”, frisou.
Na terça-feira, o Conselho de Jurisdição dispensou de pena Rui Rio e deixou uma “advertência” (a sanção mais leve prevista nos estatutos do PSD) ao líder parlamentar, por não terem dado seguimento a uma moção setorial aprovada no último Congresso do PSD que pedia um referendo sobre a eutanásia. Ao “Expresso”, Rui Rio admitiu a hipótese de se demitir, caso o ‘tribunal’ do PSD decidisse impor sanções.
Em reação à “sentença” do Conselho de Jurisdição do PSD, a direção de Rui Rio considerou que foram “seriamente agredidos os laços de confiança e lealdade” entre órgãos nacionais e que, ao ter sido levantada pela primeira vez uma ação disciplinar contra o presidente do PSD e o seu líder parlamentar, se assistiu a um “definhamento jurídico e qualitativo” do ‘tribunal’ social-democrata.
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