Há muitas razões para visitar o Porto da Cruz e uma delas será certamente a oportunidade de provar a poncha da J. Faria & Filhos produzida no engenho local. Terra de surf e de uma paisagem que deslumbra, a freguesia do Norte da Madeira é também agora reconhecida internacionalmente pela qualidade do Rum Agrícola (aguardente de cana-de-açúcar) ali produzido.
Depois de ter sido agraciado, em 2016, com quatro medalhas no ‘International Spirits Challenge’, o ‘Rum Agrícola da Madeira’ produzido pela empresa J. Faria & Filhos, Lda voltou, este ano, a merecer a medalha de ouro do “Spirits Selection by Concours Mondial de Brux pelo ‘Branca Fire’ com 60% de volume. Foi o único rum português a ser distinguido.
O ‘Spirits Selection by Councours Mondial de Bruxelle’s é um dos concursos mundiais mais prestigiados na sua categoria, onde são apresentados anualmente as últimas tendências em bebidas espirituosas. Na edição 2017, concorreram cerca de 1.140 bebidas de 54 países.
Nos últimos três anos, a J. Faria & Filhos arrecadou neste concurso três medalhas de ouro, quatro medalhas de prata e cinco medalhas de bronze. “Este reconhecimento é uma satisfação para nós, mas representa também uma grande responsabilidade”, reconhece Luís Faria, sócio-gerente da empresa fundada em 1949.
A premiada aguardente madeirense é feita nos Engenhos do Norte. A receita para tão elevada qualidade tem a ver com a própria seleção e com a qualidade das canas-de-açúcar que depois, através de máquinas centenárias e a vapor, são espremidas para aproveitamento do sumo da cana que é fermentado sem aditivos e de forma natural.
“Nós somos o único engenho da Europa a trabalhar como no século passado. Ainda trabalhamos com uma máquina a vapor, orgulha-se Luís Faria e o facto é que, apesar de aumentar os custos de produção, este modo de fabrico é compensatório em termos de reconhecimento internacional e das receitas.
J. Faria & Filhos cresce 6% e aumenta as exportações
A popularidade dos produtos da J. Faria & Filhos tem crescido entre os madeirenses e turistas. Isso mesmo pode ser constado pela afluência à loja do engenho no Porto da Cruz, onde se pode adquirir produtos típicos como os rebuçados e os bolos de mel da Madeira, provar a poncha regional ou o rum com mel.
“O engenho também está sempre aberto a visitas. Na altura do pico de produção, em Junho, normalmente temos de restringir as visitas porque há muita afluência e não temos capacidade para gerir o movimento”, constata Luís Faria.
Para além do posto de venda direta no Porto da Cruz, a J. Faria & Filhos aposta também na distribuição para as grandes superfícies e algumas lojas direccionadas para turistas.
Este ano, a empresa fechou o ano nos 6 milhões de euros, o que representa, segundo Luís Faria, sócio-gerente, um crescimento da ordem dos 6% comparativamente a 2016.
A crescer estão também os números da exportação. A empresa vende para diversos países europeus. O Reino Unido, a África do Sul, os E.U.A, a Austrália e Jersey estão entre os principais compradores.
Para além do rum, a empresa madeirense produz licores à base de frutos da Região, brandy, sumo de frutas e Vinho da Madeira. 99% do sumo concentrado de maracujá é vendido no arquipélago. É usado para fazer cocktails ou temperar saladas de fruta.
O fabrico de bebidas espirituosas ‘mexe’ também com o setor agrícola regional, já que quase todos os licores produzidos na Madeira têm incorporados frutos produzidos na ilha, seja a tangerina, a ginja ou o maracujá. “Num ano bom”, refere Luís Faria, a empresa chega a utilizar entre 35 a 45 toneladas de maracujá.
A mais antiga fábrica de licor da Madeira
Já foram às centenas, nos séculos XV e XVI, hoje são cinco os engenhos ativos na ilha da Madeira. Um deles, o Engenho do Norte, datado de 1927, foi adquirido em 2003 pela J. Faria.
A mais antiga fábrica de licores da Madeira, fundada em 1949, então com a designação de J. Faria, mantém em funcionamento “o único engenho da Europa movido a vapor”, dos finais do século XIX, onde é produzido o ‘Rum Agrícola da Madeira’ agraciado com várias medalhas de ouro.
O rum branco é depois transferido para o Funchal onde está toda a linha de engarrafamento e a parte comercial.
“A nossa aguardente é envelhecida e engarrafada no Funchal”, explica Luís Faria.
Apesar de ser uma firma com mais de 55 anos de existência, só em 1993 é que a J. Faria & Filhos, Lda. começou a comercializar o ‘Vinho Madeira’, conseguindo consolidar-se e alcançar uma forte implantação no mercado regional.
O segredo está na qualidade e na capacidade de inovar e de modernizar, refere Luís Faria que é um dos três proprietários da sociedade por quotas pertencente a três irmãos.
“Quando chegamos à empresa fundada por um tio nosso e comprada posteriormente pelo meu pai, tínhamos pouca experiência. Optámos por mudar o processo de produção. Fomos à origem, à forma artesanal de produção e temos, felizmente, sido reconhecidos por isso”, conta Luís Faria.
A J. Faria & Filhos, Lda tem conseguido aliar a qualidade do Vinho Madeira a uma grande diversidade de garrafas/embalagens.
A empresa madeirense produz licores à base de frutos, ‘Rum da Madeira’, brandy, sumo de frutas e’ Vinho da Madeira’. Tem uma capacidade produtiva de 9 mil garrafas por hora, com 3 linhas de enchimento.
Com uma moderna unidade fabril com 3.500 m2 de área coberta e uma capacidade produtiva de 9.000 garrafas/hora, onde estão instaladas 3 linhas de enchimento, a J. Faria & Filhos, Lda está fortemente implantada no mercado regional.
Dentro dos produtos fabricados, destacam-se os licores de frutos como o maracujá e a banana, a ginja, a poncha, o anis escarchado, o brandy, o rum branco e o rum velho.
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