A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar o envio de armas para a Ucrânia é um sinal para Kiev abandonar os esforços de paz, disse a Rússia esta quinta-feira, prometendo que não aceitaria a “chantagem” do novo ultimato de sanções de Washington.
Trump anunciou uma postura mais dura sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, estabelecendo um prazo de 50 dias para Moscovo chegar a um cessar-fogo ou enfrentar sanções. Os EUA também prometeram mais mísseis e outros armamentos para Kiev – mas desta vez pagos pela Europa.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, condenou a medida: “é óbvio que o regime de Kiev percebe consistentemente tais decisões do Ocidente como um sinal para continuar o massacre e abandonar o processo de paz”, disse. As forças russas controlam cerca de um quinto do território ucraniano.
Trump, que fez do fim do conflito uma prioridade da sua administração, ameaça “tarifas de 100% sobre a Rússia” e sanções secundárias aos países que compram petróleo russo se Moscovo não concordar com um acordo de cessar-fogo num prazo de 50 dias.
“Um número sem precedentes de sanções e restrições foi imposto ao nosso país e aos nossos parceiros internacionais”, disse Zakharova. “A linguagem de ultimatos, chantagens e ameaças é inaceitável para nós. Tomaremos todas as medidas necessárias para garantir a segurança e proteger os interesses do nosso país.”
A União Europeia concordou em impor uma nova série de sanções contra a Rússia, visando os setores energético e financeiro do país. O acordo só foi possível depois de Robert Fico, primeiro-ministro da Eslováquia, ter levantado o seu veto. As sanções, aprovadas esta sexta-feira pelos embaixadores em Bruxelas, proíbem todas as transações com 22 bancos russos, o Fundo Russo de Investimento Direto e as suas filiais, bem como a utilização direta e indireta dos gasodutos submarinos Nord Stream, atualmente encerrados, mas que Moscovo pretende retomar no futuro.
Além disso, a UE transforma o limite máximo do preço do petróleo bruto russo, fixado em 60 dólares por barril desde dezembro de 2022, num mecanismo dinâmico que permanecerá 15% inferior ao preço médio de mercado, de acordo com fontes diplomáticas. Esta medida pode em pouco tempo entrar em conflito com uma possível decisão de Washington de impedir a compra de petróleo russo por parte de qualquer entidade externa. O novo limite será fixado em 47,6 dólares por barril e será automaticamente ajustado de seis em seis meses, com a possibilidade de ajustes ad hoc se as flutuações do mercado o exigirem.
Além disso, este 18º pacote de sanções, nega o acesso aos portos e serviços da UE a mais 105 navios pertencentes à chamada ‘frota fantasma’, os velhos petroleiros que Moscovo utiliza para contornar o limite de preços. A lista negra da frota passa assim para mais de 400 navios. A UE decidiu também proibir a importação de produtos petrolíferos fabricados a partir da refinação do petróleo bruto russo. As restrições também visam 11 empresas fora da Rússia acusadas de permitir a evasão, incluindo quatro na China continental e três em Hong Kong, segundo o resumo da agência Euronews.
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