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Rússia: Europeus que querem “continuar a guerra” não têm lugar nas negociações

Moscovo também não quer os europeus nas negociações sobre a Ucrânia, mas o presidente Zelensky deve seguir para a Arábia Saudita, onde russos e norte-americanos têm encontro marcado.
POOL/Reuters
17 Fevereiro 2025, 11h43

Os principais diplomatas dos Estados Unidos e da Rússia vão reunir-se na Arábia Saudita esta terça-feira para conversar sobre o fim da guerra na Ucrânia e o restabelecimento das relações. A presença de Volodymyr Zelensky no local, na quarta-feira, foi confirmada pela sua comitiva.

Não há lugar nas negociações para os europeus que querem “continuar a guerra” na Ucrânia, diz o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, refere o jornal francês ‘Le Monde’. Na véspera das negociações entre altos funcionários russos e norte-americanos em Riade, Lavrov, afirmou na segunda-feira: “Putin e Trump concordaram sobre a necessidade de deixar para trás relações absolutamente anormais. Os presidentes decidiram que o diálogo deveria ser retomado” entre os Estados Unidos e a Rússia.

O ministro, que também deverá participar nas negociações em Riade, disse também que a Europa não tem lugar em futuras negociações que envolvam a Rússia e os Estados Unidos para pôr fim ao conflito na Ucrânia porque quer “continuar a guerra”. “Se os europeus vêm para a mesa das negociações (…) com a intenção de continuar a guerra, então porque os iriamos convidar?”.

De qualquer modo, Volodymyr Zelensky viajará para a Arábia Saudita na quarta-feira, um dia após as negociações russo-americanas em Riade. É “uma visita oficial que estava planeada há muito tempo”, disse o porta-voz do presidente ucraniano, Sergii Nykyforov, à agência France-Presse, sem adiantar mais pormenores.

As conversas entre altos funcionários russos e norte-americanos que estão marcadas para terça-feira na Arábia Saudita, visam, segundo o Kremlin, “restaurar” as relações entre Moscovo e Washington, incluindo ” negociações sobre a Ucrânia”, bem como uma possível cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin.

O assessor presidencial russo Yuri Ushakov e o ministro das Relações Exteriores Sergey Lavrov, que estão a ir para Riad , poderão enviar relatórios urgentes ao presidente Vladimir Putin, se necessário, disse o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, citado pela agência TASS. A organização de uma potencial reunião entre Putin e Trump foi um dos tópicos discutidos durante uma ligação telefónica a 12 de fevereiro entre os dois líderes. Segundo a mesma fonte, Trump expressou repetidamente o seu desejo de se encontrar com Putin. A reunião presencial mais recente entre Putin e Trump ocorreu na cimeira do G20 de 2019, em Osaka, Japão. A CNN informou que a delegação dos EUA á cimeira saudita será liderada pelo secretário de Estado Marco Rubio, que já chegou ao reino árabe juntamente com o Conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz e o enviado da Casa Branca para o Oriente Médio, Stephen Witkoff.

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