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Rússia pretende manter relações de política externa na América de Biden

Sergei Lavrov sublinhou que durante os últimos anos os Estados Unidos têm semeado uma “russofobia profunda” no território. “Seria triste se tentarem unificar os Estados Unidos com base na russofobia, mas veremos como será o futuro”. 
  • Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov
12 Novembro 2020, 16h06

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que não acredita que as relações entre a Rússia e os Estados Unidos, que foram piorando nos últimos anos, irão mudar com a chegada do democrata Joe Biden, avança a “EFE” esta quinta-feira, 12 de novembro.

“Os nossos politólogos, e concordo totalmente com eles, não estão à espera de mudanças revolucionárias” na política externa com os EUA em relação à Rússia, sustentou durante uma entrevista à imprensa russa e estrangeira. Ainda assim, o ministro admitiu que “neste momento, fazer previsões não é uma ideia muito boa”.

O ministro apontou ainda que os Estados Unidos se encontram “profundamente divididos” dentro do próprio território, algo que ficou bastante evidente nas eleições presidenciais, quando Joe Biden retirou a vitória das mãos certas de Donald Trump, que ansiava um segundo mandato.

“Está claro que os políticos devem procurar ultrapassar esta divisão e promover ideias unificadores que aproximem o povo americano”, continuou, acrescentando que uma destas ideias é a relação que o território tem atualmente com a Rússia.

Sergei Lavrov sublinhou que durante os últimos anos os Estados Unidos têm semeado uma “russofobia profunda” no território. “Seria triste se tentarem unificar os Estados Unidos com base na russofobia, mas veremos como será o futuro”.

O ministro russo acredita que o presidente-eleito irá seguir os mesmos ideais de política externa implementados durante o governo de Barack Obama, uma vez que foi seu vice-presidente durante os oito anos de presidência. Assim, Lavrov acredita que os dois países não vão conseguir estender o acordo New Start, o único que resta entre as duas potências, que visa a redução de armas nucleares e que termina a 5 de fevereiro.

“No meio da turbulência nos EUA, entre a contagem dos votos, processos e outros distúrbios, não podemos esperar nem da equipa de Trump, nem da futura equipa de Biden, qualquer proposta concisa e realista que não seja influenciada pela situação imediata. Vamos esperar que tudo acalme”, comentou.

O ministro assumiu que a Rússia pretende uma prolongação do acordo New Start, e que colocou todas as ferramentas necessárias para a discussão em cima da mesa. “Agora, é a vez deles responderem. Se a resposta for negativa, iremos viver sem esse acordo. Temos o necessário para garantir a nossa segurança”, referiu Lavrov.

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