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Ryanair cancela avião na Madeira e reduz voos para Porto e Faro

A medida foi hoje anunciada pela empresa.
21 Novembro 2023, 12h02

A Ryanair anunciou hoje que vai cancelar um dos dois aviões na Madeira a partir de janeiro de 2024 e reduzir voos para Porto e Faro no verão do próximo ano.

A decisão prende-se com a subida de 17% das taxas aeroportuárias em Lisboa pela Vinci, a dona da ANA – Aeroportos de Portugal, mas também há aumentos previstos em 2024 nos restantes aeroportos nacionais geridos pela empresa.

“Estes aumentos estão a ser impostos por um monopólio francês. Em Espanha, Marrocos, Itália e Grécia estão a reduzir as taxas aeroportuárias para recuperar niveis pré-pandemia”, disse hoje Michael O’Leary, fundador da empresa e CEO do grupo Ryanair, numa conferência de imprensa em Lisboa.

A empresa já encerrou a sua base em Ponta Delgada, nos Açores. Na Madeira, a companhia irlandesa vai manter um avião depois de conversações com o Governo regional.

Na conferência de imprensa desta terça-feira destacou que as taxas descem em Marrocos, Itália, Grécia e Espanha, questionando porque é que a ANA não faz o mesmo.

A ANA vai aumentar as taxas da seguinte maneira: Lisboa (17%), Faro (12%), Porto (11%), Ponta Delgada (9%), Funchal (6%).

Na Ponta Delgada, o número de lugares disponíveis pela empresa desceu de um milhão por ano para 742 mil, com o encerramento da base.

“Porto cresceu, Faro cresceu, Lisboa não e a ANA diz: ‘Está cheio, as slots…’. Não há muito crescimento em Lisboa”, afirmou.

A empresa de baixo custo argumenta que a taxa de passageiros subiu 50% desde 2019 em Lisboa, apesar de as taxas descerem em Marrocos, Itália, Grécia e Espanha, questionando porque é que a ANA não faz o mesmo, como forma de impulsionar o turismo em Portugal.

No final de setembro, o CEO da companhia, Eddie Wilson, já tinha deixado avisos que a empresa iria retaliar se os aumentos se mantivessem. “Se complicam e aumentam custos, então vamos colocar aviões onde obtivermos um melhor retorno”, afirmou na altura ao Jornal Económico.

“Não é a Ryanair a fazer algo de mau, é a infraestrutura a impedir o fluxo de pessoas a entrar para que os hotéis e o sector do turismo possam fazer investimentos de longo prazo porque as companhias aéreas vão estar aqui no longo prazo”, disse então o gestor.

“O Governo português precisa de fazer algo sobre os custos de acesso. Portugal é um país relativamente pequeno, precisa de ser competitivo e venderam os aeroportos a um grupo francês que está agora a maximizar os seus lucros monopolistas. Isto é uma peça vital de infraestrutura para benefício da economia portuguesa que precisa de ser competitiva: retirem os custos para que as companhias aéreas possam vir”, acrescentou no final de setembro.

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