A companhia aérea low-cost Ryanair estima uma perda anual de mil milhões de euros para este ano financeiro, descrevendo 2020 como o pior desempenho de sempre, revela a “Reuters”. Apesar dos maus resultados, a companhia irlandesa aponta continuar rica e prevê um “verão razoável” para o presente ano.
A Ryanair estima uma perda entre os 850 milhões e os 950 milhões de euros para o ano financeiro que termina em março. Para a companhia aérea irlandesa, este é um resultado consideravelmente maior do que as perdas apresentadas em 2009, até à data ano recorde em perdas para a empresa.
O CEO da companhia, Michael O’Leary, afirmou que a “Covid-19 continua a causar estragos em toda a indústria”, e que “o ano fiscal de 2021 continuará a ser o ano mais desafiante nos 35 anos de história da Ryanair”.
Stan McCarthy, chairman da companhia aérea, admitiu no relatório da apresentação de contas que “os últimos meses foram traumáticos para o nosso negócio e equipa, pois lidámos com o impacto sem precedentes da Covid-19 no nosso sector”. “Nunca antes enfrentámos tal crise. Sobrevivemos aos ataques do 11 de setembro [2001], SARS, febre aftosa, crise financeira de 2007/2008 e subsequentes recessões, interrupções causadas por nuvens de cinza vulcânica em 2010 e a crise de 2017, mas nenhum desses eventos tiveram um efeito tão repentino, de longo alcance e devastador, não apenas na nossa indústria, mas no quotidiano das pessoas e da economia europeia”, continuou McCarthy em comunicado.
O chairman estimou, no mesmo comunicado, que a companhia aérea regresse aos mil voos diários no início de julho, retomando uma atividade mais regular durante o verão.
As declarações de McCarthy são consistentes com as expectativas de recuperação apontadas por O’Leary, que prevê uma recuperação acelerada entre julho e setembro de 2021. Para o terceiro e quarto trimestre do ano fiscal, o CEO prevê que a atividade da companhia aérea regresse entre os 70% e 90% dos níveis pré-pandémicos.
O diretor financeiro da companhia irlandesa, Neil Sorahan, afirmou ainda que a empresa está esperançosa relativamente ao relaxamento dos confinamentos e à procura que foi reprimida devido ao encerramento das fronteiras aéreas e impediu as pessoas de viajar. “Acho que podemos ter um verão razoável”, disse.
Nos últimos três meses do ano, entre outubro e dezembro, as restrições cortaram o número de passageiros na Ryanair em 78%, empurrando as perdas do terceiro trimestre para os 306 milhões de euros, que comparam com a perda estimada de 300 milhões de euros dos analistas. Por sua vez, a Ryanair viu as receitas cair 82% no terceiro trimestre, que comparam com as perdas de 88% da easyJet e de 77% da WizzAir.
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