EURIBOR, a referência dos contratos de crédito à habitação
Quem já solicitou (ou vai pedir) um empréstimo à habitação deparou-se certamente com a taxa de juro EURIBOR, que é o indexante utilizado nos créditos com taxa variável.
Em Portugal, normalmente os contratos de financiamento imobiliário possuem uma taxa de juro que assenta em dois elementos: o spread (que é a margem de lucro do banco) e o indexante, que é a EURIBOR.
Em termos técnicos, a EURIBOR (Euro Interbank Offered Rate) forma-se a partir da média das taxas de juro, para diferentes prazos (entre uma semana a um ano), às quais os principais bancos da Zona Euro (incluindo, em Portugal, a Caixa Geral de Depósitos) estão dispostos a emprestar dinheiro entre si no Mercado Monetário Interbancário (MMI).
Porquê a criação da ESTER?
Por forma a evitar as manipulações das taxas de juro que aconteceram na última crise financeira, o BCE decidiu desenvolver uma nova taxa interbancária. O acrónimo ESTER significa Euro Short-Term Rate e esta taxa será calculada e desenvolvida internamente pelo BCE.
A previsão de lançamento da ESTER corresponde ao último trimestre de 2019, o que significa que em 2020 já deverá estar em pleno funcionamento.
A ESTER é calculada a partir de informação estatística sobre as transações individuais reais em euros reportadas pelos 52 maiores bancos da Zona Euro.
Tenha atenção: A ESTER não vem substituir a EURIBOR, mas sim a EONIA (Euro Overnight Index Average), sendo que esta é o índice médio da taxa de juro do Euro a um dia.
Neste sentido, a ESTER complementará as taxas de juro que existem, cumprindo a função de taxa de apoio.
Poderá a ESTER vir a substituir a EURIBOR?
Estima-se que, uma vez que a EURIBOR necessita de reformas, talvez venha a sofrê-las tendo como referência a estrutura da ESTER. Se assim for, e uma vez que em Portugal a maioria dos contratos de crédito habitação se realiza com taxa variável, note que quaisquer alterações à EURIBOR terão impacto nas prestações da casa que as famílias pagam mensalmente.
Por agora, o que se sabe relativamente a uma possível reformulação da EURIBOR é que o Instituto Europeu de Mercados Monetários, que gere esta taxa de juro, tem estado a desenvolver uma fórmula alternativa que visa aumentar o seu nível de transparência.
A solução a que provavelmente se chegará deverá consistir numa taxa híbrida cujo cálculo será feito tanto com base em estimativas como em transações reais. Porém, ainda existe incerteza no sistema financeiro quanto a este assunto.
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