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Salário médio mensal aumenta 3,8% em termos reais no primeiro trimestre

Os dados divulgados esta quinta-feira pelo INE, revelam um aumento bruto de 6,1% por posto de trabalho. Os resultados estatísticos abrangem 4,6 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da CGA.
16 Maio 2024, 12h53

A remuneração bruta total mensal média por trabalhador (por posto de trabalho) aumentou 6,1%, para 1.443 euros, no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2023, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta quinta-feira, 16 de maio. Face a dezembro de 2023, o crescimento foi inferior em 0,1 pontos percentuais.

“A componente regular e a componente base daquela remuneração aumentaram 6,1% e 6,3%, situando-se em 1.285 euros e 1.209 euros, respetivamente”, informa o INE.

Em termos reais, isto é, considerando a variação do Índice de Preços do Consumidor, a remuneração bruta total mensal média aumentou 3,8% e as suas componentes regular e base aumentaram 3,8% e 4,0%.

Estes resultados abrangem 4,6 milhões de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações, mais 2,9% do que no mesmo período de 2023.

Na comparação entre março de 2024 e março de 2023, o INE mostra que a remuneração bruta total mensal média aumentou em todas as dimensões de análise: atividade económica, dimensão de empresa, sector institucional, intensidade tecnológica e intensidade de conhecimento. Os maiores aumentos verificaram-se nas “Indústrias extrativas”, nas empresas de 500 e mais trabalhadores (6,9%), no sector público (6,3%) e nas empresas de “Serviços de mercado com forte intensidade de conhecimento” (9,4%).

 Em março de 2024, a remuneração total média por trabalhador variou entre 902 euros nas atividades de “Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca” e 3.237 euros nas atividades de “Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio”.

Considerando a dimensão da empresa, o INE verificou em março de 2024 uma variação na remuneração total entre 1.000 euros, nas empresas com 1 a 4 trabalhadores, e 1.716 euros, nas empresas com 500 ou mais trabalhadores. Já os valores médios da remuneração regular e da remuneração base variaram entre os do escalão de 1 a 4 trabalhadores (934 euros e 923 euros, respetivamente) e os do de 250 a 499 trabalhadores (1.517 euros e 1.416 euros).

Em relação ao período homólogo de 2023, a remuneração total aumentou em todos os escalões de dimensão da empresa, tendo a maior variação ocorrido nas empresas com 500 e mais trabalhadores(6,9%) e a menor nas empresas com 50 a 99 trabalhadores (4,4%). A remuneração total real aumentou em todos os grupos de dimensão de empresa.

Ainda segundo o INE, em termos de remuneração regular, o maior acréscimo homólogo: 6,8% foi observado nas empresas com 500 e mais trabalhadores, tendo o menor acréscimo, de 5,1%, sido observado nas empresas de 50 a 99 trabalhadores. No que se refere à remuneração base, os aumentos homólogos variaram entre 5,2% nas empresas de 50 a 99 trabalhadores e 7,1% nas empresas com 500 e mais trabalhadores.

A remuneração bruta regular mensal média por trabalhador exclui, entre outras componentes salariais, os subsídios de férias e de Natal, pelo que tem um comportamento menos sazonal.

 

A remuneração no Estado e nos privados
Os dados do INE divulgados esta quinta-feira revelam para as Administrações Públicas (AP) “um acréscimo homólogo de 6,3% na remuneração total média por trabalhador , que atingiu 1.889 euros em março de 2024. Uma ano antes eram 1.778 euros. Neste período, as estatísticas assinalam que a componente regular aumentou 6,4%, de 1.676 euros para 1.783 euros, e a remuneração base registou um aumento de 6,6%, passando de 1.578 euros para 1.682 euros.

Nas Administrações Públicas, em termos reais, as remunerações total, regular e base aumentaram 4,0%, 4,1% e 4,3%, respetivamente.

No privado, os números são menos expressivos. A remuneração total registou uma variação homóloga de 6,2%, de 1.278 euros em março de 2023 para 1.356 um ano depois. A componente regular também aumentou 6,2%, subindo de 1.119 para 1.188 euros, e a remuneração base aumentou 6,4%, passando de 1.050 para 1.117 euros. Já os  aumentos homólogos reais verificados pelo INE nos três tipos de remuneração foram: 3,9% na total, 3,9% na regular e 4,1% na base.

“As diferenças nos níveis remuneratórios médios entre o sector das AP e o sector privado refletem, entre outras, diferenças no tipo de trabalho realizado, na composição etária (com impacto na acumulação de capital humano e de experiência profissional) e nas qualificações dos trabalhadores que os integram”, explica o INE.

Os trabalhadores do sector das AP têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados: 55,6% tinham ensino superior contra 24,9% no sector privado. No Estado, 26,8% tinham completado o ensino secundário ou pós-secundário (32,3% no sector privado) e 17,6% tinham um nível de escolaridade correspondente, no máximo, ao 3.ºciclo do ensino básico (42,7% no sector privado).

 

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