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Salário mínimo nacional!

Entendo que o tema é de tal forma sério, que podemos colocar em causa até a própria sobrevivência de milhares de empresas, se este trabalho e se estes aumentos propostos não forem devidamente estudados e fundamentados, de acordo com a nossa realidade.
19 Novembro 2019, 07h15

Para 2020, parece existir a intenção do Governo da República em aumentar o salário mínimo nacional para 635 euros. Antes de mais, e para que conste, antecipando qualquer pensamento errático sobre aquilo que penso sobre o tema, entendo que um agregado familiar que vive com um ou dois salários mínimos nacionais, fará com certeza alguns “milagres” mensais, para dar cobertura a toda a despesa desse mesmo agregado, agravada a situação quando existem filhos dependentes. Dito isto, e inevitavelmente passando à frieza dos números, nestas matérias é sempre necessário e diria mesmo obrigatório, que tenhamos em linha de conta, o que que permite às empresas ter capacidade para aguentar os aumentos da carga salarial, seja ela qual for. Naturalmente aqui esbarramos necessariamente com questões associadas não só ao mercado onde nos inserimos, à atividade que praticamos, à nossa dimensão e escala, mas também, e não menos importante, a nossa produtividade.

É um facto que, não produzimos em Portugal, muitas vezes, em mais horas trabalhadas mensais, aquilo que outros países da EU produzem e por isso ganham mais. Esta discussão do meu ponto de vista, é sempre muito alicerçada em questões eleitoralistas, partidárias, lutas entre sindicatos, que não são mais do que braços de alguns partidos com visões utópicas do mundo empresarial, e como tal, entendo que o tema é de tal forma sério, que podemos colocar em causa até a própria sobrevivência de milhares de empresas, se este trabalho e se estes aumentos propostos não forem devidamente estudados e fundamentados, de acordo com a nossa realidade. A questão obviamente nunca se prende nem nunca irá prender-se com a justiça desta medida, para as pessoas visadas que se estimam ascender a cerca de 720 000 portugueses nesta condição. A questão é muito mais séria, e podemos até chegar à conclusão de que a medida e o referido aumento é aceitável do ponto de vista económico e financeiro para as empresas. Gostaria sim de ver e perceber, que estas decisões políticas tiveram uma base sustentada, com estudos de impacto tanto para quem aufere a remuneração, como para quem a paga, e não continuarmos apenas a decretar aumentos, sem se perceber se o mercado os comporta, se não estamos a colocar em causa a responsabilidade social que cada empresário tem. Sim porque uma empresa que tem a seu cargo 10 trabalhadores, esse empresário tem à sua responsabilidade 10 agregados familiares, que tudo tem que fazer para não defraudar expetativas, bem como esses mesmos postos de trabalho.

Para reflexão.

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