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Salários: Portugueses ganham menos 12 euros por mês do que em 2009

Rendimento disponível dos portugueses continua aquém do pré-troika.
7 Maio 2019, 13h21

O rendimento médio das famílias em 2017 aumentou, mas ainda assim ficou abaixo do registado em 2009, ou seja, antes da crise que assolou o país. As famílias portugueses tinham em 2009 um rendimento médio de 18.734 euros anuais. Mais 176 euros que nos dias de hoje.

Os dados hoje publicados pelo Instituto Nacional de Estatística são já definitivos e constam do Inquérito às Condições de Vida e Rendimentos das Famílias.

Segundo o INE, em 2017 cada família viveu com 18.558 euros por ano (1.325 euros por mês, se considerarmos 14 meses), um valor que tem vindo sempre a aumentar desde 2013 mas que, ainda assim, se encontra aquém dos níveis pré-crise.

A publicação confirma ainda que em 2017 havia 17,3% da população em risco de pobreza, a viver com menos de 467 euros por mês. São menos 1,0 pontos percentuais do que os níveis registados em 2016 mas que também não conseguiram recuperar para os níveis pré-troika.

Além disso, dá conta de uma tendência relevante: apesar de a pobreza ter aliviado entre crianças e jovens, ela continua a agravar-se para os reformados e os desempregados.

Em 2017, 45,7% das pessoas sem trabalho remunerado vivia com menos de 467 euros por mês, uma percentagem que bate todos os recordes. Já entre os reformados, são as mulheres que sentem mais a falta de dinheiro: 16,9% estão em risco de pobreza.

35% não consegue assegurar uma despesa inesperada
A taxa de privação material dos residentes em Portugal é de 16,6%, menos 1,4 pontos percentuais (p.p.) em relação a 2017 (18%). Todos os indicadores registaram melhorias face ao ano anterior. Ainda assim, 34,7% das pessoas vivem em agregados sem capacidade para assegurar o pagamento imediato, sem recorrer a empréstimo, de uma despesa inesperada.

Mais de 19% vivem em agregados sem capacidade para manter a casa adequadamente aquecida. Há ainda 6,6% que vivem em agregados sem capacidade para pagar atempadamente rendas, encargos ou despesas correntes.

Também há portugueses que não conseguem pagar coisas tão simples como uma refeição de carne ou peixe, de dois em dois dias, ter máquina de lavar, televisão a cores ou telefone.

As maiores restrições acontecem, no entanto, nas férias, com 41,3% das pessoas sem capacidade para pagar uma semana de “descanso” por ano fora de casa.

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