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Santiago do Cacém. Investimento de mil milhões para construir central solar de 1,2 gigas

O projeto encontra-se em fase de avaliação de impacte ambiental. Quando concluída vai ser a maior a operar em Portugal, superando e muito, a capacidade da atual maior central do país, com 220 megawatts.
11 Novembro 2021, 18h28

Uma central solar prevista para o concelho de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, vai ter 1.242 megawatts (MW) de potência quando estiver concluída.

Esta central — com o nome de THSiS — vai representar um investimento de mil milhões de euros pelos promotores, a Sunshining, sociedade portuguesa detida pela espanhóis da Iberdrola e pela Prosolia Energy.

O projeto vai ser implementado numa área de 1.245 hectares, na união das freguesias de São Domingos e Vale de Água, numa zona do Alentejo litoral.

Este mega projeto não foi selecionado nos leilões solares de 2019 e 2020, mas faz parte de um lote de acordos diretos com a REN e a E-Redes: empresas promotoras que querem construir centrais solares, sem direito a tarifa subsidiada, e que têm de suportar os custos para ligar as centrais à rede. Em outubro de 2020, a REN revelava que tinha recebido mais de quatro mil pedidos (no valor total de 270 gigawatts) para ligar as suas centrais à rede elétrica.

A construção desta mega central solar vai contar com 2.500 trabalhadores nas suas várias fases. A central tem um prazo de execução de quase dois anos, 22 meses, com uma vida útil prevista de 30 anos.

O projeto encontra-se atualmente na fase de avaliação de impacte ambiental, e em consulta pública, depois de ser reformulado para integrar as várias exigências feitas pela comissão de avaliação da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com este período a terminar a 24 de novembro.

Na sua avaliação ao projeto, os promotores destacam as mais valias do projeto: “produção de energia a partir de uma fonte renovável sem emissão de gases como efeitos de estufa; reflexos positivos ao nível dos objetivos estabelecidos pelo país, definidos no Plano Nacional de Energia e Clima para 2030 (PNEC); benefício indireto nas populações e atividades económicas servidas, assim como no arrendamento dos terrenos; reduzida emissão de ruído”; entre outros.

Em termos de impactes negativos, é destacada a “desorganização da paisagem e diminuição da qualidade visual pela presença das infraestruturas”; “redução dos padrões de calma originais, com alterações no comportamento de algumas espécies que utilizam a área”.

Este projeto supera em muito a atual maior central solar existente em Portugal, a Solara 4 localizada em Alcoutim, distrito de Faro, com 220 megawatts (MW) espalhados por uma área descontínua de 320 hectares, recentemente inaugurada.

A central, sem direito a tarifas subsidiadas, em Martim Longo vai ter a capacidade para abastecer anualmente uma cidade com 200 mil habitante, por exemplo, cidades como Braga (181 mil) ou a Amadora (175 mil).

 

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