O socialista Augusto Santos Silva não vai ser candidato a Presidente da República, revelou esta quarta-feira em entrevista à RTP. “Não serei candidato”, disse na estação pública, explicando que nos últimos cinco dias de reflexão e de contatos que fez chegou a “três ideias muito claras”.
O antigo ministro considera que as “candidaturas que já estão no terreno não cumprem as condições para que um vasto campo social e político possa sentir-se representado nas próximas eleições presidenciais” e, apesar dos “muitos” e “valiosos” apoios que recebeu para avançar, concluiu que a sua candidatura não seria “suficientemente abrangente para ser suficientemente forte”.
E, “em consequência”, concluiu que “a melhor candidatura possível é a candidatura independente oriunda da sociedade civil que possa colocar em cima da mesa os temas que temos de discutir na campanha”.
São eles, de acordo com Santos Silva: “a função do Presidente como um árbitro para o equilíbrio dos poderes, sem ficarmos pelas generalidades”; a função do Presidente enquanto órgão máximo de representação externa do país, o que obriga a pensar bem, para além dos chavões, o posicionamento de Portugal na Europa e no mundo” e “sobretudo a função do Presidente de garante da Constituição, isto é , da defesa do Estado de Direito e da democracia, hoje tão ameaçada por esse vírus de ódio que anda a alastrar pelo nosso tecido social”.
O antigo presidente da Assembleia da República explicou que a sua candidatura não seria suficientemente abrangente porque seria “divisiva”. Dos contatos que fez, disse o socialista, verificou não ter a “capacidade de agregação necessária”, mas não esclareceu se teria ou não o apoio do secretário-geral do PS, José Luís Carneiro.
No anúncio que fez na RTP, ficou clara a ideia que não apoiará o colega de partido, António José Seguro, que já está no terreno e com vários apoios no seio do partido, mas sim um candidato independente que ainda não avançou. “Espero que nos próximos dias possa surgir uma candidatura que seja mais abrangente, mais forte, mais agregadora que a minha seria”, assinalou, reforçando que na sua “modéstia opinião”. as candidaturas que estão no terreno, onde se inclui a do antigo secretário-geral do PS, “não bastam”.
“É por isso necessário uma candidatura forte, agregadora e independente (…) Estou convencido que é necessária e em política o que é necessário é sempre possível”, frisou, acrescentando que, “da mesma forma que o PS não está obrigado a apoiar um candidato só porque este tem um cartão de militante”, as candidaturas paras as presidenciais não têm de se formar a partir dos partidos.
Questionado diretamente sobre a hipótese Sampaio da Nóvoa, Santos Silva apenas disse não poder ir além de tratar da “condição necessária” para que uma candidatura possa surgir na área que julga estar em falta. E essa condição é não avançar, por não ter capacidade agregadora.
Sobre se está fora de hipótese apoiar António José Seguro, o socialista disse “nada estar fora de hipótese”, até porque existe a possibilidade de existirem duas voltas, mas insistiu na importância de surgir uma outra candidatura além das que já foram anunciadas.
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