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Se comprar o Novo Banco, Bankinter supera Santander e torna-se no terceiro maior banco em Portugal

A banca espanhola prepara-se para dominar o mercado nacional. Com a compra do EuroBic pelo Abanca e se se confirmar a venda do Novo Banco ao Bankinter, os bancos espanhóis teriam cerca de 42% da quota de mercado nacional, com um ativo líquido conjunto próximo dos 154 mil milhões de euros, segundo os dados financeiros do primeiro semestre de 2019.
13 Fevereiro 2020, 16h58

A compra do EuroBic pelo Abanca, e a pretensão do Bankinter, admitida pelo responsável em Portugal, de comprar o Novo Banco, promete alterar o panorama bancário português. Uma vez que a banca espanhola passaria a ter três bancos no Top 5 do ranking: Bankinter (com Novo Banco), Santander Totta e BPI.

Até ver, não passa de uma mera hipótese mas, fazendo juz às declarações do country manager do Bankinter Portugal, Alberto Ramos, no início desta semana, o banco espanhol poderá avançar para a compra do Novo Banco quando o fundo norte-americano Lone Star, acionista maioritário, o colocar no mercado.

Numa análise feita com base nos dados financeiros do primeiro semestre de  2019 – isto porque há bancos mais pequenos que ainda não apresentaram resultados anuais –, comprando o Novo Banco, o ativo líquido do Bankinter cresceria mais de 730%, de 6,5 mil milhões de euros para 54,3 mil milhões de euros. O banco espanhol de Jaime Botín tornar-se-ia assim no banco com o terceiro maior ativo líquido em Portugal, relegando para a quarta posição o banco que a sobrinha Ana Botín detém no país, o Santander Totta.

Neste cenário, a Caixa Geral de Depósitos continuaria a ser líder em Portugal, com uma quota de mercado de quase 25%, seguindo-se o Millennium bcp, com 20,8%. O ‘novo’ Bankinter teria uma quota de mercado de 14,8%, acima da quota de 14,4% Santander Totta.

Na apresentação de resultados do Bankinter Portugal, que se realizou esta semana, Alberto Ramos disse que o Novo Banco tem uma quota de mercado “bastante interessante”. O gestor admitiu “se surgir a oportunidade, irá avaliar” uma possível compra do banco que nasceu das cinzas do Banco Espírito Santo (BES), onde Alberto Ramos esteve 13 anos.

“Para nós será sempre uma decisão financeira, que tem de fazer sentido para nós, com critérios de rentabilidade que faça sentido”, frisou o country manager do Bankinter Portugal, ressalvando que o Novo Banco “não está no mercado, não saberemos quando estará – se este ano ou em 2021 – mas se surgirem oportunidades de crescimento não-orgânico, a seu tempo poderemos analisar, como temos analisado todas as operações”. O responsável pelo Bankinter Portugal admitiu estar “atento a todas as oportunidades no mercado”, onde se incluiu o EuroBic, que o Abanca tem um acordo para comprar.

Alberto Ramos lembrou que o Bankinter foi fundado em 1965 com um ADN de banco industrial, sendo que a banca de empresas do Bankinter Portugal subiu 26% para dois mil milhões de euros no ano passado. Este crédito foi alavancado pelo negócio internacional, que cresceu 30%, para 497 milhões.

O Novo Banco herdou a tradição do BES, que sempre foi um banco conhecido no mercado por apoiar o tecido empresarial português.

De acordo com dados dos bancos, o rácio de transformação do Novo Banco era de 91% no final do primeiro semestre de 2019, um ROE negativo (-21,2%) e um rácio cost-to-income de 75,6%.

Abanca no top 10 em Portugal com a compra do EuroBic

Após a aquisição do EuroBic, o Abanca tornar-se-à no oitavo maior banco em Portugal, com um ativo líquido de 10,2 mil milhões de euros, o que equivale a 2,8% da quota de mercado (segundo dados financeiros do primeiro semestre de 2019). A compra do EuroBic reforça a presença dos capitais espanhóis na banca nacional, que passarão a ter cinco bancos entre os dez bancos com maior quota de mercado (por ativo líquido), e onde figuram atualmente quatro instituições de crédito espanholas: o Santander Totta ocupa o último lugar do pódio, o BPI (do CaixaBank) segue em quinto lugar, o Bankinter ocupa a nona posição, e o BBVA fecha o top 10.

Em 2019,  os lucros do Abanca cresceram 6,7% para 405 milhões de euros. Em Portugal, onde o Abanca comprou o retalho do Deutsche, o banco liderado por Juan Carlos Escotet registou 50 milhões de euros em receitas e 6,7 mil milhões de euros de volume de vendas.

A banca espanhola avança a passos largos para dominar a banca em Portugal. Confirmando-se estas duas aquisições (a do EuroBic pelo Abanca e do Novo Banco pelo Bankinter), os bancos espanhóis teriam cerca de 42% da quota de mercado nacional, com um ativo líquido conjunto próximo dos 154 mil milhões de euros.

https://jornaleconomico.pt/noticias/abanca-tera-oferecido-entre-230-e-260-milhoes-pelo-eurobic-547245

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