É importante que a reforma laboral avance e se isso não se concretizar, pode ser dramático sobretudo para as empresas que já investem e para aquelas que estão a pensar investir em Portugal. A reflexão foi deixada por Álvaro Fernandez, diretor-geral da Michael Page, na conferência do JE dedicado ao tema.
O Jornal Económico organizou esta sexta-feira, em Lisboa, um encontro dedicado à Reforma da Lei Laboral, tema central da atual agenda política e social em Portugal.
A sessão juntou juristas, empresários e responsáveis políticos para discutir os impactos e desafios das mudanças em curso. O debate contou com a presença de Jorge Henriques, presidente da FIPA, Alcides Cruz, sócio fundador da Elo Sistemas de Informação e Álvaro Fernandez, diretor-geral da Michael Page.
“O timing da mudança de legislação laboral pode ser dramático para os investidores. O drama é que tendo a oportunidade, não o façamos”, começou por referir o responsável neste debate.
E que áreas são mais importantes que sejam focadas nesta reforma? “A flexibilidade dos contratos”, destaca o responsável da Michael Page. E justifica: “porque é uma mudança grande para Portugal”. Este responsável dá destaque à questão do banco de horas e realça que “vai ser importante para a organização das empresas e não só para a indústria até porque há a questão da sazonalidade”.
Além disso, Álvaro Fernandez sublinha que é importante “tratar do tema do teletrabalho: melhor regulação para que as empresas encontrem um melhor equilíbrio porque é preciso perceber o que é melhor para as empresas”.
Outro medida enfatizada por este responsável passa pelo tema das pessoas com deficiência e da sua integração no tecido empresarial. A atual lei estabelece um sistema de quotas de emprego para pessoas com deficiência, com um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, com o objetivo de promover a inclusão no mercado de trabalho. No entanto, o responsável máximo da Michael Page em Portugal revela que as empresas “não conseguem contratar pessoas ao abrigo dessa lei” e que há milhares de empresas que gostariam de contratar essas pessoas.
Alcides Cruz, sócio fundador da Elo Sistemas de Informação (agora empresa do Grupo Seresco), falou na perspetiva das empresas que têm de desenvolver os softwares nos quais assentam várias alterações que tenham de ser feitas, neste caso referente à reforma laboral. Sobre esta legislação em específico, este responsável destacou que “muitas vezes as empresas têm necessidade de criar novas posições no sentido de inovar tecnologicamente” porque o risco “só é possível com mais recursos e se correr mal, o ónus fica do lado das empresas”.
“A lei deve ser estimulante para que as empresas procurem mercados e inovem mais. A nossa legislação está num limbo: as pessoas devem ser diferenciadas pelo mérito”, sublinhou.
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