O Secretário-Geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Helder Pedro, na entrevista ao programa semanal Conversa Capital – Antena 1 / Jornal de Negócios, disse que “foi um erro do Governo o plano de incentivos à compra de elétricos” e espera que no próximo mês o Governo “corrija o erro que cometeu ao misturar o incentivo ao abate de veículos com os apoios à aquisição de automóvel elétrico”.
Atualmente, os condutores que queiram comprar um carro elétrico com incentivo, têm de entregar um veículo a combustão com mais de 10 anos para abate.
A ACAP espera que o despacho, que deverá ser publicado pelo Governo ainda este ano, corrija e”o erro” e preveja um plano mais abrangente que não se limite apenas à aquisição de veículos 100% elétricos e que não inclua apenas mil veículos.
Helder Pedro lembra que o plano ficou previsto no acordo de rendimentos e por isso espera que o Governo atue de “boa-fé”.
O responsável da associação revela ainda que o número de veículos para abate está a aumentar. “Os últimos dados revelam que o parque continua a envelhecer, sendo que 17% têm mais de 20 anos”, refere.
O Secretário-Geral diz que a ACAP se sentiu “defraudada” porque o acordo de rendimentos assinado, já por este Governo, previa um plano de incentivo ao abate que não está a ser cumprido e defende que o plano abranja cerca de 40 mil veículos.
Na mesma entrevista Helder Pedro justifica o aumento do número de elétricos vendidos em Portugal – que coloca o país no sexto lugar da União Europeia – com a compra por parte das empresas e insiste no apoio aos particulares para estimular a procura.
Simplificação do IUC é medida simbólica
Sobre a simplificação que abrange o momento do pagamento do Imposto Único de Circulação (IUC), Helder Pedro considera a medida simbólica, mas, ainda assim, penalizadora para os comerciantes que têm veículos em stock, refere.
Ao mesmo tempo revela dados. A receita do IUC foi de 850 milhões de euros em 2024, a receita fiscal do sector automóvel foi de 11 mil milhões, cerca de 18% do total, “mas ainda assim nada foi feito para acabar com a dupla tributação na aquisição do automóvel”, sublinha Helder Pedro que lamenta que a Secretária de Estado dos Assuntos Fiscais não tenha estado disponível para dialogar com a ACAP.
Ainda assim, em relação ao futuro, Helder Pedro mostra-se otimista acreditando que o mercado, em 2025, cresça mais de 6%, recuperando assim os números de vendas anteriores à pandemia.
Apesar das pressões externas, o responsável da ACAP acredita em alternativas a mercados relevantes para o sector automóvel português, como a Alemanha, e Hélder Pedro fala de “um bom momento de produção em Portugal”.
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