Os preços do sector alimentar dispararam nos últimos meses com a inflação neste sector a atingir 21% em fevereiro enquanto a inflação global mostra uma tendência de retração e ficou em 8,2% no mesmo período, tal como destacou esta quinta-feira o ministro da Economia, Costa Silva que anunciou uma grande operação da ASAE em todo o país precisamente neste sector.
Na mesma comunicação aos jornalistas, António Costa Silva garantiu que o Governo está empenhado em perceber a “estrutura de preços” que percorre toda a cadeia do sector (da produção à transformação passando pela distribuição) e nesse sentido, vão ser encetadas reuniões com os operadores “para perceber o que se está a passar no mercado e dar uma mensagem sobre a responsabilidade social destes operadores”.
https://jornaleconomico.pt/noticias/inflacao-no-sector-alimentar-atingiu-21-em-fevereiro-vamos-falar-com-os-operadores-garante-ministro-1004156
Na base da preocupação do Governo estão os preços dos produtos alimentares. As margens de lucro bruto dos retalhistas superam os 40% e 50% em alguns produtos, como é o exemplo da cebola, em que a margem de lucro bruta é de 52% em três cadeias de hipermercados, revela o “Correio da Manhã” depois de ter acesso a um relatório da ASAE.
Na conferência de imprensa desta manhã, no Ministério da Economia, Pedro Portugal Gaspar, inspetor-geral da ASAE, apresentou alguns dados sobre as margens médias de lucro bruto destes produtos referentes a 2022.
“Dos elementos obtidos até ao momento, no retalho, registámos margens médias de lucro bruto, referentes ao ano de 2022, entre 20% e 30%; 30% e 40%; 40% e 50% e mais de 50%”, apontou Pedro Portugal Gaspar em conferência de imprensa. Até aos 30%, o inspetor-geral destacou o lucro no açúcar branco, óleo alimentar e na dourada, enquanto até aos 40% destacou o atum em conserva e o azeite, e até aos 50% nos ovos, laranjas, cenouras e febras de porco.
A margem de lucro nas laranjas fixou-se em 48%, nas cenouras e nas febras em 45% e nos ovos em 43%.
Cabaz de essenciais subiu quase 29%
O cabaz alimentar de produtos essenciais aumentou quase 29% entre janeiro de 2022 e até fevereiro deste ano, passando a custar 96,44 euros.
Em termos anuais, o inspetor-geral notou que, em janeiro do ano passado, o mesmo cabaz custava 74,90 euros. “Em janeiro de 2022 estava em 74,90 euros e agora está em 96,44 euros”, notou Pedro Portugal Gaspar. O cabaz da ASAE é composto essencialmente por peixe, carne, legumes, frutas, massas, arroz, azeite, ovos, óleo, leite, açúcar, pão e farinha.
No entanto, o cabaz da Deco Proteste, que soma 63 produtos alimentares, custava em fevereiro 230,38 euros. “Nunca este preço esteve tão alto”, notou a Deco em comunicado no início de março.
Comparativamente com o preço registado na véspera do início da guerra na Ucrânia (23 de fevereiro de 2022), a subida foi de 25,46%, um aumento de 46,75 euros pelos mesmos produtos, quando o cabaz custava 183,63 euros. Face a 2 de março de 2022, o aumento foi de 45,21 euros, em relação aos 185,17 euros registados na altura.
Na mesma análise, a Deco Proteste revelou que as frutas e legumes são a categoria que mais aumentou entre 23 de fevereiro de 2022 e 1 de março de 2023, tendo um cabaz destes sofrido um acréscimo de 34,16%, num aumento de 8,06 euros para 31,67 euros.
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