A Associação Internacional de Cruzeiros (CLIA) apresentou o seu relatório de tecnologias e práticas ambientais 2024 da indústria e o esforço que tem sido efeito pelo sector pra reduzir o seu impacto ambiental.
Ao nível do Fornecimento de energia em terra (OPS – Onshore Power Suply), também designado por capacidade de ligação à eletricidade em terra (SSE – Shoreside Electricity), a organização sublinhou que a ligação ao fornecimento de energia em terra (OPS) “permite que os motores dos navios sejam desligados quando estes estão no Porto, obtendo-se reduções significativas das emissões globais de poluentes até 98%, dependendo da combinação de fontes de energia, de acordo com estudos realizados por vários portos mundiais e pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos”.
A CLIA diz que em toda a frota das companhias de cruzeiros que são membros da organização existem 147 navios que se podem ligar ao OPS (61% da frota), “mais 23% do que em 2023 e mais 167% desde 2018”, e que até 2028 a previsão aponta para que estejam ao serviço 239 navios com capacidade de ligação ao OPS.
“Isto inclui 64 navios atualmente em serviço e cada um dos 28 navios de cruzeiros membros da CLIA em carteira de encomendas para 2024-2028”, referiu a organização.
“Atualmente, 35 dos portos onde os navios de cruzeiro fazem escala (menos de 3% do total) têm um cais de cruzeiro com OPS. Existem 22 portos de cruzeiro adicionais já com financiamento para a instalação da infraestrutura OPS e 16 portos de cruzeiro estão a planear instalar o OPS – um total de 38 portos. Em 2022, a CLIA anunciou que os seus membros assumiram o compromisso de que todos os navios que façam escala em portos que tenham a tecnologia para a ligação OPS estarão equipados para utilizar energia elétrica em terra até 2035 ou para utilizar tecnologias alternativas de baixo carbono para reduzir as emissões no porto”, acrescentou a CLIA.
Ao nível da Flexibilidade de Combustível a CLIA referiu que as companhias de cruzeiros membros da organização “estão a investir em novos navios e em motores que permitam a flexibilidade na utilização de combustível, o que permite a capacidade de utilização de biodiesel renovável, de metanol verde e de gás natural liquefeito (GNL). Os navios concebidos com motores e sistemas de abastecimento de combustível capazes de funcionar com GNL poderão, no futuro, passar a utilizar combustíveis verdes, como o GNL biológico ou sintético, sem qualquer modificação do motor”.
A CLIA refere que conta com 19 navios que utilizam GNL como propulsão primária.
“O GNL tem emissões de enxofre e de partículas praticamente nulas, reduz as emissões de óxidos de azoto (NOx) em cerca de 85% e consegue uma redução de até 20% nas emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE). Vários relatórios confirmam que o deslizamento de metano (pequenas quantidades de metano que se perdem) – é considerado um problema já reconhecido no funcionamento com os motores de GNL, o que se prevê ser quase erradicado num futuro próximo”, diz a organização.
Em termos de sistemas avançados de tratamento de águas residuais (AWTS) a organização diz que a maioria dos atuais navios de cruzeiros membros da CLIA “utilizam sistemas avançados de tratamento de águas residuais, capazes de exceder os requisitos do Anexo IV da MARPOL e que apresentam um desempenho melhor do que as estações de tratamento de algumas cidades costeiras. Além disso, como parte do seu objetivo global de sustentabilidade, as companhias de cruzeiro comprometeram-se a não libertar águas residuais não tratadas durante as operações normais”.
Na frota de cruzeiros membros da CLIA, 225 navios (80% do total da frota, representando 84% da capacidade global de passageiros) “estão equipados com AWTS (Aerated wastewater treatment systems), um aumento de 11% em relação a 2023 e de 65% em relação a 2018 e mais de um terço dos navios equipados com AWTS estão aptos a cumprir as normas mais rigorosas de descarga de águas residuais da zona especial do Mar Báltico”.
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