O sector dos seguros pode representar uma função “crucial no alívio da pressão das perdas relacionadas com as alterações climáticas”, destaca a DBRS Morningstar num boletim divulgado esta quarta-feira, no qual alerta, também, para um “défice de proteção dos seguros contra catástrofes naturais”.
A mesma nota aponta, também, para este mercado da economia como uma força de incentivo “à implementação de medidas de adaptação, para reduzir a vulnerabilidade das famílias e das empresas ao risco de catástrofes relacionadas com o clima”.
Porém, segundo a DBRS, “uma parte substancial dessas perdas permanece sem seguro”.
Citando dados da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA), o boletim refere que “ainda existe uma lacuna significativa em matéria de proteção dos seguros, quando se comparam as perdas económicas com as perdas seguradas geradas por acontecimentos catastróficos relacionados com as condições do tempo”.
De acordo com a agência de notação, no ano passado, uma média de cerca de 27% do total das perdas económicas geradas por fenómenos meteorológicos extremos estavam seguradas na Europa. Na Grécia e em Itália, esse défice de proteção é ainda mais mais significativo, com as perdas seguradas a limitarem-se a 1% e 3%, pela mesma ordem.
“Itália registou as terceiras maiores perdas económicas resultantes de catástrofes naturais, a seguir à Alemanha e à França. No entanto, no caso da Alemanha e da França, as perdas cobertas por seguro foram significativamente mais elevadas, com 36% e 33%, respetivamente”, detalha o mesmo boletim da DBRS.
“A redução do défice de seguro pode ser difícil de conseguir. Embora mantendo fortes níveis de rendibilidade da subscrição em geral, em 2023, várias grandes companhias de seguros europeias comunicaram um aumento do impacto das perdas resultantes de catástrofes naturais em comparação com o ano anterior. Consideramos que a intensificação da frequência e da gravidade dos fenómenos catastróficos irá provavelmente levar as companhias de seguros a aumentar os seus preços, resultando numa diminuição da acessibilidade, o que não é conducente reduzir o défice de proteção”, analisa a empresa no mesmo boletim.
Segundo a DBRS, que cita números da Agência Europeia do Ambiente, as perdas económicas anuais na União Europeia (UE), causadas por fenómenos meteorológicos extremos, atingiram um valor recorde de 59 mil milhões de euros em 2021 e de 52 mil milhões de euros no ano seguinte. “Em 2021, a grande maioria das perdas económicas económicas foram causadas por inundações, enquanto em 2022 a maioria das perdas esteve relacionada com ondas de calor, ondas de frio, secas e incêndios florestais”, é referido no boletim.
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