[weglot_switcher]

Sector nacional das frutas e legumes deverá fechar 2021 com 1.700 milhões de euros de exportações

Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, lidera a representação portuguesa na edição deste ano da Fruit Attraction em Madrid, após um interregno de um ano devido à Covid-19. O objetivo de exportações do sector até 2030 é chegar ao montante de 2.500 milhões de euros.
6 Outubro 2021, 08h12

O sector nacional de produção de frutas, legumes e flores pretende chegar a 2030 com um total de exportações no valor de 2.500 milhões de euros, assumiu ontem, dia 5 de outubro, ao final da tarde, Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, em declarações aos jornalistas no âmbito da representação portuguesa na Fruit Attraction, uma das maiores feiras europeias do sector, que está a decorrer em Madrid.

Gonçalo Santos Andrade revelou ainda que este sector primário de atividade deverá encerrar o presente ano com um total de exportações na ordem dos 1.700 milhões de euros, o que, a confirmar-se, traduzirá um ligeiro crescimento face ao verificado no ano passado.

Esta perspetiva é mais postiva do que o resultado obtido nos primeiros sete meses deste ano, em que as exportações valeram 925 milhões, uma quebra de 3,6% em comparação com o período homólogo. A queda foi mais significativa em toneladas exportadas, na casa dos 10%, o que significa que as exportações portuguesas de frutas, legumes e flores conseguiram ganhar valor ao longo dos primeiros sete meses deste ano.

“Este decréscinmo de 3,7% é equivalente a uma perda de cerca de 35 milhões de euros e deve-se a um ano agronómico mau para várias culturas, incluindo um mês de janeiro muito frio. Mas acreditamos que vamos recuperar esses 35 milhões e até superar a marca do ano passado até ao final de dezembro e fechar o ano com cerca de 1.700 milhões de euros em exportações”, assumiu o presidente da Portugal Fresh.

Os 1.683 milhões de euros de exportações do sector em 2020 representaram um crescimento de 5% face ao valor de 1.605 milhões de euros registado no ano precedente, anterior à pandemia da Covid-19.

Grande parte dessas exportações, cerca de 80%, é destinada a seis países da União Europeia, com Espanha à cabeça (29%), seguida da França (14%), Holanda (12%), Reino Unido (9%), Alemanha (8%) e Bélgica (5%), uma realidade que se manteve quase inalterada durante os primeiros sete meses de 2021.

Em termos de categorias de produtos, a dianteira em 2020 foi assumida pelos frutos vermelhos (247 milhões de euros), seguidos pelo tomate de indústria (238 milhões de euros) e pelos citrinos (179 milhões de euros).

“Após este ciclo de pandemia, está provado que nós puxámos pelo país, a agricultura puxou pelo país. Está na altura de sermos reconhecidos”, exigiu Gonçalo Santos Andrade num encontro que reuniu ontem na Fruit Attraction o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias; o presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa; o embaixador de Portugal em Madrid, João Mira Gomes; entre outros responsáveis e empresários do sector.

Gonçalo Santos Andrade garantiu ainda que “é com todo o gosto que estamos aqui de novo depois da pandemia, quase em clima de festa”, salientando que “todas as empresas que aqui estão [na Fruit Attraction] têm perspetivas de crescimento nas exportações em 2021”.

“O sector deu uma resposta fantástica à pandemia e demonstrou que é muito resistente. Agora, o grande desafio é chegar aos dois mil milhões de euros de exportações, o que é uma ambição conjunta”, defendeu o secretário de Estado da Internacionalização no mesmo evento.

Este patamar dos dois mil milhões de euros de exportações estava inicialmente previsto para ser alcançado em 2025, mas a pandemia obrigou a um deslizamento dessa meta para 2027.

Por seu turno, Eduardo Oliveira e Sousa chamou a atenção para a nova formatação da PAC – Política Agrícola Comum, “que vai entrar num novo ciclo e será o próximo desafio, no caminho para uma agricultura mais amiga do ambiente e mais equilibrada em termos de descarbonização”.

O pavilhão da Portugal Fresh na Fruit Attraction compredende cerca de 440 metros quadrados de exposição, sendo um dos maiores da feira, e contando com 35 participantes, entre empresas (20), parceiros e associações sectoriais.

Neste momento, a Portugal Fresh – Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal conta com mais de uma centena de associados que representam mais de 4.500 produtores nacionais.

 

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.