Os planos de Donald Trump para atacar 52 localizações culturais no Irão poderão ficar por terra depois do Pentágono ter esclarecido de que apenas serão cumpridas as leis do conflito armado.
Durante uma conferência de imprensa, citada esta segunda-feira pelo CNBC, o general do Exército dos Estados Unidos e presidente do Estado-Maior Conjunto, Mark Milley foi questionado sobre se o Pentágono pretendia prosseguir com as ameaças do presidente norte-americano, pelo que Milley respondeu: “Seguiremos as leis do conflito armado”.
Poucos esclarecidos, os jornalistas questionaram se isso significava um “não”, dado que atacar locais culturais constitui um crime de guerra sobre as leis do conflito armado. Sem hesitação, o general repetiu a mesma afirmação: “Seguiremos as leis do conflito armado”.
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No passado domingo, Donald Trump deixou um aviso a Teerão que os Estados Unidos identificaram 52 locais no país que serão atacados “muito rapidamente e duramente” se a República Islâmica atacar pessoal ou alvos americanos. Alguns desses locais iranianos “são de muito alto nível e muito importantes para o Irão e para a cultura iraniana”, precisou Donald Trump numa mensagem da sua conta do Twitter.
A tensão entre os Estados Unidos e o Irão aumentou na sequência da morte do comandante da força de elite iraniana Al-Quds, Qassem Soleimani, vítima na sexta-feira de um ataque aéreo contra o aeroporto internacional de Bagdade que o Pentágono declarou ter sido ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – Rússia, França, Reino Unido e China – alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedido às partes envolvidas que reduzam a tensão.
O quinto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU são os Estados Unidos.
No Irão, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e “outras nações livres da região” vão vingar-se dos Estados Unidos.
Também o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como “um ato de terrorismo internacional”.
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