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Segunda autópsia conclui que George Floyd morreu asfixiado

Uma segunda autópsia realizada ao cadáver de George Floyd concluiu que a sua morte deveu-se a uma asfixia prolongada. Na primeira autópsia, o médico legista oficial garantiu não ter “provas físicas que apoiassem o diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento”.
2 Junho 2020, 08h11

George Floyd foi assassinado às mãos da polícia norte-americana, devido à pressão feita no seu pescoço, e o afro-americano estava sob o efeito de drogas, concluiu o médico legista responsável pela autópsia.

O afro-americano de 46 anos teve uma “paragem cardíaca e pulmonar” por causa da forma como foi imobilizado pela polícia, indicou em comunicado, esta segunda-feira, o médico legista do condado de Hennepin.

No relatório, listou “outros parâmetros importantes: arteriosclerose e pressão alta; envenenamento por fentanil [um opiáceo]; uso recente de anfetaminas”.

Anteriormente, o médico legista oficial garantiu não ter “provas físicas que apoiassem o diagnóstico de asfixia traumática ou estrangulamento”.

“O efeito combinado da detenção e imobilização da polícia de Floyd, o historial médico e a possível presença de substâncias psicoativas no corpo provavelmente contribuíram para a sua morte”, tinha escrito no relatório preliminar.

Agora, no relatório final, o uso de drogas e a hipertensão não foram listados como causa da morte.

Algo que acontece depois de os advogados da família terem apresentado os resultados de uma autópsia efetuada por especialistas “independentes”.

Os médicos “concluíram que a morte foi resultado de asfixia prolongada à pressão”, disse o advogado Ben Crump, numa conferência de imprensa.

George Floyd, suspeito pela polícia de falsificar uma nota falsificada de 20 dólares, morreu quando foi detido em Minneapolis, no norte dos Estados Unidos, há uma semana.

De acordo com imagens que já percorreram o mundo, um agente manteve-o imobilizado no chão, ajoelhado sobre o seu pescoço por quase nove minutos.

O polícia, Derek Chauvin, 44, foi demitido, detido e acusado de homicídio. Os três outros agentes presentes no momento dos eventos também foram despedidos, mas não foram até ao momento sujeitos a qualquer acusação.

O drama causou ondas de indignação um pouco por todo o país. De Nova Iorque a Los Angeles, de Filadélfia a Seattle, centenas de milhares de norte-americanos têm-se manifestado contra a brutalidade policial, o racismo e a desigualdade social.

As manifestações terminaram muitas vezes em confrontos com a polícias, em pilhagens e tumultos, levando várias cidades a mobilizar a Guarda Nacional e a impor o recolher obrigatório.

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