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Segurança no sector financeiro passa cada vez mais pelos canais digitais e pela antecipação das ameaças

O aumento do recurso à inteligência artificial ou as ferramentas de gestão documental são agora realidades que fazem uso de tecnologias altamente evoluídas e inovadoras para combater a fraude no sistema financeiro, também ela cada vez mais sofisticada.
3 Março 2021, 16h59

A aceleração digital que se viveu no último ano, em grande parte um resultado da pandemia, aumentou ainda mais as preocupações de segurança nas atividades empresariais, em particular em sectores sensíveis como o financeiro. Assim, foi também na proteção das empresas que se processou a transição digital, reforçando cuidados já implementados antes da Covid-19, como relataram os intervenientes da mesa-redonda digital organizada esta quarta-feira pelo Jornal Económico com o tema “Do salto tecnológico à retoma da economia, os desafios do sector financeiro no pós-pandemia”

“O tema da segurança é fundamental para a difusão e democratização das novas tecnologias”, começou por referir Dario Coffetti, diretor geral do Oney Bank Portugal, ilustrando a afirmação com uma conclusão do banco.

“Analisamos nos vários países onde trabalhamos o e-commerce e a utilização de novos meios de pagamento e nove clientes em cada 10 utilizariam um novo meio de pagamento se fosse seguro”, revela.

A segurança das soluções online foi um aspeto em que os vários oradores concordaram acerca da sua importância, particularmente num período em que estas tecnologias e canais digitais passaram a ter consideravelmente maior procura junto dos clientes.

“Com o acelerar da transição digital e com o aumento de processos na nossa plataforma, houve a necessidade de reforçar equipas de segurança, não só do ponto de vista da segurança aplicacional, mas também de segurança de redes, security operation centers, monitorização, etc.”, aponta Ricardo Costa, CEO da LOQR. A empresa, que cita um grande enfoque na garantia que a tecnologia dos seus clientes cumpre a legislação nacional e comunitária em vigor, refere mecanismos de reconhecimento facial ou deteção de documentos fraudulentos de variados tipos que ajudam a garantir a integridade da sua operação.

Semelhantes ferramentas de análise documental foram adotadas pela Credibom, como conta Pedro Mata, vice-diretor executivo do banco que lista a validação de documentos como uma das principais preocupações, a par da robustez a possíveis fugas de dados.

“O que o banco Credibom está a fazer é um investimento muito significativo nas várias camadas da relação mercado-banco, mas também internamente, nos vários serviços que chama dentro do grupo”, explica, mencionando, por exemplo, soluções “integradas com plataformas públicas que permitam fazer a avaliação se a entidade que está a interagir connosco é, de facto, aquela”.

Já Luís Augusto, diretor executivo do BNP Paribas Factor Portugal, destacou o papel de tecnologias inovadoras como a inteligência artificial e sistemas de controlo na antecipação de problemas, porque “vão continuar a existir” e a estratégia do banco passa por os “antecipar, não reagir”, e a capacidade destes sistemas resistirem a disrupções. Isto, claro, sempre aliado a “um modelo de governação e operacional robusto, capaz de dar uma resposta rápida”.

Para empresas mais tradicionais, como a Fingeste, a dimensão da segurança perde alguma relevância pela preponderância que continua a assumir o canal físico. “Na nossa área há uma outra dimensão da segurança, que é a qualidade do investimento”, afirma Carlos Carvalho, managing partner da empresa, que aponta assim à capacidade de angariar o investimento e investidor adequado a cada negócio.

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