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Seis em cada dez empresas dizem que permitir pagamentos a prestações gerou mais receita

A conclusão é de um estudo da fintech Adyen, apresentado esta quarta-feira, em Lisboa. “À medida que vão entrando opções como Apple Pay ou Google Pay, vão surgindo também métodos de pagamento a prazo”, disse Juan José Llorente.
19 Abril 2023, 13h38

Há cada vez mais empresas portuguesas do sector do retalho a utilizar as modalidades de pagamentos a prestações. Seis em cada dez retalhistas dizem mesmo que a inclusão deste método de pagamento no plano estratégico aumentou as receitas, concluiu o “Relatório de Métodos de Pagamento 2023 em Portugal”, apresentado pela fintech Adyen esta quarta-feira, em Lisboa.

Aliás, 44% adicionou o pagamento a prestações – soluções de Buy Now Pay Later (BNPL) como a Klarna, por exemplo – devido à procura por parte dos clientes. Por outro lado, 10% indica que não tem esta opção devido à falta de orçamento, concluiu a análise da multinacional de pagamentos. Porque é que este não será bem um problema? É que quase metade (45%) dos consumidores inquiridos não faz pagamentos a prestações.

Por sua vez, quem faz, é essencialmente para aquisição de eletrodomésticos (27%), mobiliário da casa (19%), eletrónica (17%) e bens alimentares (13%). Aliás, deverá ser por essa razão que 57% dos comerciantes quer ter na loja todas as opções de pagamento que o consumidor deseja. E que 63% dos participantes no inquérito acha que as empresas da sua indústria vão oferecer mais soluções BNPL nos próximos três anos.

“O que vemos em Espanha e noutros países, é que esta percentagem tem vindo a aumentar. À medida que vão entrando opções como Apple Pay ou Google Pay, vão surgindo também métodos de pagamento a prazo”, comentou Juan José Llorente, country manager da Adyen de Espanha e Portugal, no encontro com jornalistas no hotel The One Palácio da Anunciada.

“É importante que os retalhistas tenham a consciência de que têm de ter diferentes métodos de pagamento. Somos um país de muito turismo. Há 30 aceitava-se dinheiro e pronto. Portanto, este número é bom”, acrescentou Miguel Pina Martins, CEO da Science4You e presidente da Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR).

Em geral, o cartão de crédito ou débito é a opção mais procurada pelos consumidores (80%), seguido da aplicação móvel MBWay (62%) e numerário (43%). Se só observarmos as compras online (e-commerce), os portugueses optam pelo pagamento através do MBWay (33%), seguindo-se o Paypal (30%) e, depois, o cartão de crédito ou débito.

Relativamente ao Multibanco, no período de março de 2022 a fevereiro de 2023, assistiu-se a um crescimento homólogo de 30% no número de pagamentos, de acordo com o estudo da Adyen, divulgado em conferência de imprensa.

Sete em cada dez inquiridos (75%) acredita que, para criar lealdade, os métodos de pagamento devem oferecer descontos sobre o preço dos produtos ou serviços. É por esse motivo que, entre os principais desafios para as empresas do país, estão a fraude e a segurança (69%), o acompanhamento das inovações e a forma como os clientes querem pagar (51%), bem como os custos de implementação e o crescimento das taxas de conversão e das receitas (ambos 34%).

“Com estes planos é possível identificar o consumidor, perceber o seu perfil de compras, o nível de ticket. Para entender os consumidores, os comerciantes criam sistemas de fidelização ligados a incentivos e promoções, que são importantes, mas que através dos métodos de pagamento também é possível obter a mesma informação”, explicou ainda o country manager da Adyen na Península Ibérica.

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