Os profissionais da rede de inovação europeia EIT Health, do Instituto Europeu da Inovação, enumeraram esta terça-feira os seis principais obstáculos que as startups encontram durante o processo de procura dos primeiros investidores, dando ainda alguns conselhos para que os(as) empreendedores(as) os possam enfrentar.
O primeiro é a preparação cultural, porque as startups muitas vezes carecem de formação cultural para trabalhar com investidores institucionais por virem de um ambiente de amigos e familiares.
“As startups devem aprender a colaborar e entender as expectativas dos investidores. É crucial perceber que os investidores não são lobos cruéis nem anjos altruístas. São indivíduos voltados para os negócios. Este desafio é especialmente prevalente em startups da área da saúde, onde estudantes e médicos muitas vezes tomam a iniciativa de inovar e formar equipas sem a perspicácia empresarial necessária para navegar no mundo dos investimentos”, disse Tamás Békási, um dos diretores de criação de negócios da EIT Health.
O segundo é escolher o investidor certo. De acordo com Tamás Békási, escolher o primeiro investidor é como um casamento: na melhor das hipóteses dura a vida toda, mas pode ser uma separação, que é mais dolorosa quanto mais frágil for a empresa.
O terceiro passa por desfazer equívocos. Ou seja, há startups que acreditam erroneamente que têm todas as cartas e que todos devem lutar a seu favor porque são “um projeto especial”, porém devem trabalhar em colaboração com os stakeholders.
Seguem-se os investimentos estratégicos. É preciso avaliar as propostas. “Algumas startups veem os investidores como uma maneira fácil de ganhar dinheiro. Depois de um evento de apresentação bem-sucedido, os investidores podem abordá-los com uma oferta atraente, mas pode acabar sendo um negócio único que não se alinha com os planos de longo prazo da empresa”, assinala a EIT Health.
O quinto entrave é subestimar ou sobrevalorizar a empresa, tendo em conta as decisões de avaliação da empresa. É necessário equilíbrio. Na ótica deste perito, se venderem uma participação significativa por um pouco devido a precisarem desesperadamente do dinheiro correm o risco de não considerar as consequências para as rondas seguintes, nas quais têm de abrir (ainda mais) mão ao património.
Last but not least, a reputação do investidor. É algo que pode afetar os futuros esforços de angariação de fundos de uma startup. “Se tem uma reputação fraca ou é conhecido por ser difícil de trabalhar, isso pode impedir os investidores subsequentes de participar de rondas de financiamento posteriores, pois eles devem entrar num acordo de distribuição entre si. Embora o investidor de primeira linha seja muitas vezes crítico para a sobrevivência, é importante considerar as implicações mais amplas de sua reputação”, conclui Tamás Békási.
Para a EIT Health, a solução passa por bootcamps de angariação de fundos e simulações de sala de reuniões. Por exemplo, o programa “Attract to Invest” com bootcamp de captação de recursos, de simulação de reunião do conselho consultivo/direção e bolsas de até 15 mil euros. A segunda edição te inscrições abertas até ao próximo dia 21 de julho
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