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Seis startups e IPSS vencem prémios “Mais Ajuda”

Pixelability – Happies, Speak e The Inventors foram as empresas escolhidas. Quanto às instituições de solidariedade social, conquistaram o júri os projetos da Acreditar, Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas e Associação de Socorros Mútuos Mutualista Covilhanense.
30 Maio 2020, 20h55

Já são conhecidas as seis startups e IPPS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) vencedoras do programa de empreendedorismo de impacto “Mais Ajuda”. O evento de divulgação dos premiados, três de cada categoria, aconteceu esta quinta-feira numa emissão da rádio Renascença que contou com a participação da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

No âmbito desta iniciativa, cada um dos projetos recebe 22.500 euros para implementar a sua proposta de apoio à sociedade e mentoria por parte da consultora de inovação Beta-i.  Ao longo de seis meses terão workshops e apoio de gestão, aceleração do negócio e monitorização do impacto social do projeto. O Lidl acrescenta 15 mil euros para a posterior realização de um business hackathon para as IPSS escolhidas.

Startups

  • Pixelability – Happies (Porto)

Visa transformar a forma como os terapeutas e técnicos de saúde utilizam as ferramentas digitais, em contexto terapêutico. Atua atualmente sobretudo na área de terapia da fala. A utilização desta ferramenta por um cuidador ou profissional de educação/saúde iria permitir um rastreio precoce e a uma prevenção de dificuldades articulatórias e fonológicas.

Inovação: Num muito curto espaço de tempo, foi possível criar uma rede com mais de 700 terapeutas da fala espalhados por Portugal e nos PALOP, fulcral para a criação de uma aplicação móvel para rastreio de articulação dos sons da fala. Este software inovador permitirá aumentar drasticamente o número de escolas primárias portuguesas, centros de saúde e hospitais, que efetuam este tipo de testes aos seus alunos e utentes.

  • Speak (Leiria)

É uma plataforma online desenvolvida para juntar pessoas migrantes, refugiadas e locais a viver na mesma cidade. As pessoas inscrevem-se para aprender e/ou para ajudar outros a aprender uma língua, mediante posterior experiência presencial.

Inovação: Os participantes juntam-se ao Speak motivados em ensinar a sua língua/cultura ou motivados em aprender uma língua/cultura. Nessa experiência comunicam, quebram preconceitos, estigmas e criam amizades, construindo uma rede informal de apoio, que facilita a resolução dos seus próprios problemas.

  • The Inventors (Setúbal)

Tem como missão inspirar uma nova geração de “inventores”. Criou programas educativos para crianças entre os quatro e os doze anos, permitindo que estas desenvolvam a sua autoconfiança, curiosidade e competências tecnológicas. Tem a ambição de transformar as perspetivas e desenvolver competências, tecnológicas e intangíveis, em todas as crianças que passam pelo sistema educativo.

Inovação: As atividades Steam implementadas têm um apelo transversal e não se cingem apenas à programação ou robótica – tornam-se mais inclusivas, para crianças com interesses diversos, fazendo com que a taxa de participação feminina seja mais elevada que o habitual (perto de 40%). São as atividades mais criativas e únicas no mercado, assentes em conceitos como “Cria a tua própria guitarra elétrica’, ‘cria um piano eletrónico’ ou ‘inventa um robô pintor’.

IPSS

  • Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro (Lisboa)

Nome do projeto: “Aprender Mais”

Tem como objetivo assegurar a continuidade do processo educativo e o consequente desenvolvimento social e emocional de crianças e jovens com cancro, que tiveram de interromper, por longos períodos, a frequência na escola. Estas são crianças dependentes de professores, educadores de infância, psicólogos e/ou terapeutas voluntários, que assegurem um apoio escolar e atividades lúdico-pedagógicas na casa da família ou via Skype.

Inovação: São utilizadas aplicações e programas que permitem apoiar à distância. A tecnologia permite também tornar as sessões mais apelativas e interessantes para as crianças e jovens. Para poder sensibilizar crianças e jovens de todo o país para o cancro infantil pretende utilizar vídeos de influenciadores dessa faixa etária produzidos para esse efeito.

  • Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (Lisboa)

Nome do projeto: “CAAM (Centro de Atendimento de Alertas Móveis – CAAM)”

Funciona como uma rede de proteção de crianças, incluindo as deficientes visuais e motoras, e caracteriza-se pela ligação dos seus telemóveis, através de uma aplicação de georreferência, ao centro. A rapidez no procedimento de participação de um desaparecimento visa revolucionar a forma como irão passar a ser tratados estes casos.

Inovação: O carácter inovador reside na inexistência em Portugal de uma aplicação móvel georeferencial que se destine a otimizar a busca e localização rápida de uma criança desaparecida. Além disso, a aplicação terá como suporte o Comando de Operações da GNR e um centro de atendimento para alertas móveis que estará sediado na instituição, onde será prestado apoio psicológico, social e jurídico às vítimas ou famílias desde a primeira hora do desaparecimento. A solução é tecnologicamente inovadora e única no país.

  • Associação de Socorros Mútuos Mutualista Covilhanense (Castelo Branco)

Nome do projeto: “Mutualista com as Crianças”

Direcionado para o público escolar das zonas rurais e isoladas do concelho da Covilhã, este projeto pretende promover as competências sociais e educativas das crianças, garantindo a equidade e o combate à exclusão social mediante parcerias entre as várias entidades que intervêm nos espaços educativos. O objetivo é garantir uma aprendizagem mais interativa, não sequencial, com recursos pedagógicos apelativos e criativos em duas áreas de intervenção: a Saúde Infantil e o Ambiente. Este será acoplado ao projeto da Unidade Móvel de Saúde, que funciona com uma equipa multiprofissional, motivada e com qualidade empreendedora e contará com a parcerias com a Faculdade de Ciências da Saúde e com os núcleos de estudantes de medicina (MedUBI) e de Ciências Farmacêuticas (UBIPharma).

Inovação: Na vertente ambiental, o projeto pretende testar e validar uma aplicação informática: o “Clean Word”. Assume-se como uma ferramenta educativa sob a forma de videojogo de aventura em 3D, para computador, que poderá também estar disponível para consolas e dispositivos móveis. A inexistência em zonas rurais de ações e medidas de carácter educativo, na vertente da Saúde Infantil e do Ambiente, tornam este projeto pioneiro e inovador.

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