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“Sejamos realistas: não estamos em 1985”. Marcelo responde a Cavaco e recusa novas eleições legislativas

O Presidente da República não quis comentar o artigo de Cavaco Silva desta sexta-feira no “Expresso” mas recordou ao seu antecessor que os dados económicos são otimistas e que o país já não está na mesma situação em 1985.
Marcelo Rebelo de Sousa
28 Junho 2024, 12h41

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não quis comentar o artigo de Aníbal Cavaco Silva no Expresso, em que defendeu a necessidade de novas eleições legislativas, mas recordou ao antigo inquilino de Belém que Portugal já não encontra em 1985.

O antigo primeiro-ministro e Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, defendeu esta sexta-feira em artigo exclusivo no “Expresso” que só novas eleições legislativas poderão desbloquear o impasse político em que o país se encontra.

Neste artigo exclusivo, o ex-líder do PSD identifica as políticas necessárias para proporcionar o “aumento do bem-estar das famílias portuguesas” e faz depender o sucesso dessas políticas de um cenário político estável em que se enquadra a realização de novas eleições legislativas, sejam estas antecipadas ou não.

“A historia não se repete, não estamos em 1985”, recordou Marcelo. “Não tínhamos regras europeias, não tínhamos fundos comunitários para cumprir, temos uma direita multifacetada. As soluções que funcionam em determinado momento não funcionam noutras alturas. Sejamos realistas”. Sobre os acordos de regime, também defendidos por Cavaco Silva, o Presidente da República deu razão ao seu antecessor: “São sempre importantes”.

Relativamente à necessidade de uma maioria parlamentar estável para a implementação de políticas que se reflitam no bem estar das famílias, Marcelo recordou os últimos dados económicos e reforçou a necessidade de aprovar o OE2025: “Soubemos hoje que a taxa de inflação desceu, há mais crescimento, a balança comercial melhorou: Portugal está a aguentar-se bem apesar da substituição do Governo, isso não alterou a atuação e os resultados da economia portuguesa. É importante garantir que o OE possa passar, isso é muito importante. Especular como serão os anos seguintes é mais difícil”.

Em declarações aos jornalistas no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, Marcelo voltou a saudar a eleição de António Costa para a liderança do Conselho Europeu: “Estava convicto que fosse unânime, isto significa que António Costa tem capacidade para fazer a ponte entre lideranças muito diferentes. A Europa precisa muito disto agora, sobretudo com a guerra na Ucrânia, a implementação do PRR e evitar uma guerra económica com os EUA. Os desafios da Europa exigem capacidade de diálogo e de ajustamento e António Costa tem isso”.

“Tinha de ser um socialista aceita por todos os espectros políticos, até pela direita radical. O que é espantoso é que António Costa foi a solução ideal durante tanto tempo”, destacou.

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