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Semana de quatro dias: Maioria das empresas em Portugal discorda, revela AIP

Direito a desligar também é um tema sensível para as empresas auscultadas pela AIP. Embora menos, as empresas dividem-se ainda sobre a fatura da subida do salário mínimo.
serviços empresas
20 Janeiro 2025, 12h41

São várias as geografias que estão a adotar a semana de quatro dias de trabalho; contudo a maioria das empresas em Portugal discorda desta distribuição. A Associação Industrial Portuguesa (AIP) elaborou um inquérito sobre o mercado laboral e concluiu que 70% das empresas não concorda com a implementação da semana de quatro dias, especificamente empresas dos setores do comércio, indústria e construção.

As restantes 30% que concordam com a medida, a maioria (71%) defende que não deve ter carácter obrigatório.

As empresas encontram-se então divididas sobre a redução da semana de trabalho, sendo que a semana de quatro dias compensa as horas do quinto dia espalhando-as pelos restantes.

Neste inquérito respondido por 523 empresas, 70% das empresas assinalam que existem matérias que deveriam ser “concertadas no interior das empresas e não em sede de contrato coletivo de trabalho”, nomeadamente questões como carreira, benefícios, remunerações complementares e limites de horas extraordinárias.

Neste caso, as micro e as pequenas empresas são as que apresentam as maiores taxas de concordância. “No caso do banco de horas individual, 71% das empresas dá parecer favorável, e destas 74% entendem que deveria ser fixado por acordo no seio da empresa, ao invés da utilização de convenções coletivas de trabalho. Entre as empresas que mais defendem esta concertação interna estão as pequenas e médias empresas”, lê-se no relatório da AIP.

Em termos de modelo de trabalho, 81% registam trabalho presencial, com 17% em modelo hibrido e 2% em teletrabalho permanente. Entre as que adotaram um modelo híbrido ou remoto, 73% afirmam que tal contribuiu para uma melhoria da produtividade e 84% consideram manter este modelo.

Já sobre o salário mínimo, 83% concorda com a sua existência, embora 65% das empresas entenda que este não se deva constituir como um instrumento de redistribuição de riqueza. Por sua vez, as restantes entendem que o valor mínimo deve ser um instrumento para distribuir riqueza.

Por sua vez, 45% entende que “deveria ser a sociedade a suportar o mesmo, através de impostos negativos nos rendimentos mais baixos, enquanto 55% destas empresas defendem que o mesmo deverá ser suportado pelos custos de exploração das empresas”.

“Relativamente ao valor de 1.020 euros mensais projetados até ao final da presente legislatura, 56% entendem que o mesmo é suportável pela conta de exploração das empresas, mesmo que 95% das empresas considerem desconhecer qualquer estudo que fundamente a capacidade de o suportar pelo seu setor de atividade”, adianta o estudo da AIP.

Outro tema que divide opiniões é o direito a desligar, com exatamente 50% das empresas a defender e a discordar deste direito do trabalhador. “Entre as empresas que apresentam maior taxa de rejeição à implementação desta medida estão sobretudo as médias e microempresas. Já a sua comunicação à ACT, 86% das empresas discordam deste procedimento”.

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