Uma ilha no Pacífico só rodeada por água. Falamos da Austrália, um país que apresenta uma grande força económica e que não tem uma recessão na sua economia há 28 anos, destaca o jornal espanhol ‘El Economista’ esta sexta-feira, 11 de outubro.
Apesar de atualmente a sua economia estar a perder força, devido à desaceleração económica sentida na China (para onde vão 35% das exportações australianas), a Austrália encontra-se em expansão económica devido ao desenvolvimento tecnológico que se tem vindo a sentir. Ainda assim, o forte crescimento populacional é uma das explicações para esta expansão.
No entanto, Paulina Restrepo-Echevarria, economista da Reserva Federal de San Luis, nos EUA, aponta que a Austrália teve três recessões desde 1991, segundo documentos que apresentam o PIB per capita, sendo que o mais recente aconteceu entre o segundo trimestre de 2018 e o primeiro trimestre de 2019.
“Essa discrepância entre a taxa de crescimento do PIB per capita e a taxa de crescimento do PIB implica que o crescimento da população foi um fator chave para a expansão económica da Austrália. Uma população em crescimento expande o tamanho da economia e, portanto, a produção total aumenta, o que se reflete no nível do PIB”, afirma a especialista.
A economista vai mais longe e sustenta que o fato de se assistirem recessões económicas na Austrália em termos per capita “significa que a população está a crescer mais rápido que o PIB. Em quase 40 anos, a Austrália teve uma taxa de crescimento populacional mais elevada que outras economias industrializadas”.
No auge de uma crise financeira a nível global, em 2008, a Austrália observou um aumento populacional devido à migração. Este crescimento traduziu-se num aumento do PIB, mas não impediu uma recessão per capita. Apesar de a Austrália ter sofrido oito recessões deste tipo desde 1980, não quer dizer que seja a única, uma vez que também França passou por três recessões agregadas desde 1980 e seis do PIB per capita.
Ainda assim, o franco crescimento que tem sido verificado pode estar em apuros por causa da desaceleração da economia chinesa, da quebra do mercado imobiliário e da volatilidade das matérias-primas. Atualmente, a taxa de crescimento anual da Austrália é a mais baixa registada desde 2009, data em que o governo teve de injetar diversos estímulos económicos.
Por sua vez, também o governador do Banco de Reserva da Austrália, Philip Lowe, alertou que o “crescimento económico no primeiro semestre deste ano foi mais lento que o esperado”, não revelando se esta desaceleração poderia significar uma recessão no país.
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