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Setores do papel e construção arrastam Bolsa de Lisboa. DAX rompe consenso europeu

As ações que mais caíram no PSI 20 foram as da Altri e da Navigator, ambas do setor do papel. A EDP fechou a cair -0,61%, para 3,401 euros (acima do preço da OPA que é 3,26 euros) no mesmo dia em que a AG dá a estocada final na OPA lançada pelos chineses em maio de 2018. Estão presentes na AG 65,18% dos acionistas, logo seria preciso 43,4% do capital votar a favor da proposta de desblindagem de votos para que a OPA não ficasse já hoje com o destino traçado.
  • Simon Dawson/Reuters
24 Abril 2019, 17h37

O PSI 20 fechou a cair 0,31% para 5.356,8 pontos em linha com o fecho da maioria das praças que europeias encerraram na sua generalidade em correção, à exceção do alemão DAX que fechou a subir 0,63% para 12.313,2 pontos.

As ações que mais caíram no PSI 20 foram as da Altri e da Navigator, ambas do setor do papel. Sendo que a papeleira de Paulo Fernandes desceu -2,40% para 7,13 euros e a Navigator perdeu -2,05% para 3,91 euros.

Forte queda da Pharol (-2,24% para 0,166 euros) e da construtora Mota-Engil (-1,60% para 2,334 euros).

Em alta destacam-se a Galp (+0,43% para 15,030  euros); a Sonae Capital  que subiu 0,77% e a Jerónimo Martins (+0,51% para 13,910 euros).

Por cá, EDP anunciou uma transação de rotação de ativos da EDP Renováveis na Europa e os CTT aprovaram o pagamento de dividendo.

A EDP fechou a cair -0,61%, para 3,401 euros (acima do preço da OPA que é 3,26 euros) no mesmo dia em que a Assembleia Geral dá a estocada final na Oferta Pública de Aquisição lançada pelos chineses em maio de 2018.  Estão presentes na AG 65,18% dos acionistas, logo seria preciso 43,4% do capital votar a favor da proposta de desblindagem de votos para que a OPA não ficasse já hoje com o destino traçado. Inversamente é apenas preciso 21,7% do capital para chumbar a proposta do Fundo Elliott, de fim do limite de votos a 25%, que é uma das condições de lançamento da OPA pelos chineses e que já disseram que não prescindem dela.

A EDP Renováveis fechou inalterada um depois de, em comunicado à CMVM, a EDP ter informado que através da sua subsidiária EDP Renováveis, detida em 82,6%, chegou a um acordo com investidores institucionais para a venda da participação acionista total e dos empréstimos acionistas relativos a um portfólio de tecnologia eólica onshore com 997 MW de capacidade instalada, por cerca de 800 milhões de euros (sujeito a ajustes aquando da conclusão). Baseado no preço da transação e na dívida líquida externa, o valor total implícito do Enterprise Value, para 100% dos ativos, ascende a 1,6 mil milhões, o que representa um múltiplo total unitário implícito de 1,6 milhões/MW, revela a análise de Ramiro Loureiro, analista da Mtrader, Millennium BCP Investment Banking.

Adicionalmente, foi estabelecido um acordo para a EDPR prestar serviços operacionais e de manutenção naquele portfólio. Recorde-se que o perímetro da transação abrange 388 MW em operação em França, 348 MW em operação em Espanha, 191 MW em operação em Portugal e 71 MW em operação na Bélgica, que em média iniciaram operações há 7 anos

Esta operação está sujeita a condições regulatórias e outras condições comuns nestes processos, com a conclusão prevista para o 2º trimestre de 2019.

A EDPR mostrou ontem dados operacionais do 1ºtrimestre, onde consta que a produção de energia renovável no 1ºtrimestre contraiu 4% para 8,4 TWh. Apesar de ter beneficiado da capacidade adicionada nos últimos 12 meses (+663 EBITDA MW) foi penalizada pelo menor recurso eólico (34% vs 38% no 1T18). O fator de utilização de 34% compara com os 38% em período homólogo. Na Europa, a EDPR atingiu um fator de utilização de 32% (‐4 pp face ao primeiro trimestre do ano passado), impactado pelo menor recurso eólico em Portugal e Espanha.

As ações do BCP caíram -0,56% para 0,2472 euros, indiferentes à nota de research do Deutsche Bank que antecipa os resultados dos bancos ibéricos no primeiro trimestre. Nele o Deutsche Bank  reafirma a preferência pelas ações do BCP entre as cotadas do setor de média capitalização. O preço-alvo para o banco português é de 0,32 euros (potencial de valorização de 29%) e a recomendação de “comprar”.

O banco de investimento alemão, que analisa dos bancos a partir de Madrid, estima que o BCP reporte no próximo dia 9 de maio “resultados trimestrais sólidos”, destacando a estimativa de uma nova queda no NPE (non-performing exposures) – o que inclui a crédito malparado e a imóveis recebidos por incumprimento de crédito.

Ontem o BCP anunciou que o Conselho de Administração aprovou um dividendo. Com base nos resultados consolidados relativos ao exercício de 2018, o board pretende propor à Assembleia Geral Anual a distribuição de um dividendo de €0,002 por ação, e a distribuição de resultados no montante de 12.587.009 euros pelos Colaboradores, no âmbito do processo de compensação pela redução de salários acordada ao abrigo do Acordo Coletivo de Trabalho.

 

As ações dos CTT também caíram um dia depois da AG que confirmou o pagamento de  um dividendo bruto de 0,10 euros por ação, e que será pago a partir de 17 de maio, sendo que os títulos deixam de conferir direito ao mesmo a 15 de maio, inclusive.

As praças europeias encerraram na sua generalidade em baixa, num dia muito preenchido por contas empresariais. “A SAP e a Wirecard permitiram ao DAX contrariar a tendência europeia, ainda que a empresa de meios de pagamento tenha perdido grande parte da valorização matinal após nova nota do Financial Times sobre as potenciais irregularidades contabilísticas da alemã”, explica o analista da plataforma Mtrader.

Ramiro Loureiro, adianta ainda que a Banca foi um dos setores mais penalizados, justificando as quedas mais expressivas do IBEX e do Footsie Mib. Ao passo que “o setor Auto foi arrastado pela descida superior a 3% registada pela Renault, depois da parceira Nissan ter revisto em baixa as projeções de lucros”.

O Credit Suisse deu o pontapé de saída para agenda de resultados na Banca europeia e ganhou 0,074%.

O setor petrolífero acompanhou a desvalorização dos preços do crude, após dados da EIA mostraram um aumento acima do esperado das reservas de crude nos EUA durante a semana passada, explica ainda  o daily do BCP.

O Brent em Londres cai 0,09% para 74,44 dólares e o WTI nos EUA desliza 0,74% para 65,81 dólares.

O euro cai 0,49% para 1,1172 dólares.

No mercado de dívida soberana a dívida alemã cai 5,3 pontos base para 0,012%; ao passo que a dívida portuguesa desce 3,1 pontos base para 1,171%; a dívida espanhola também cai 4,3 pontos base para 1,073% e a dívida italiana caiu 4,1 pontos base para 2,634%.

 

 

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