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Setor dos autocarros de turismo queixa-se de quebras de faturação superiores a 80%

De acordo com os responsáveis da ARP – Associação Rodoviária de Transporte Pesado de Passageiros, “há 180 dias que os autocarros e os trabalhadores estão parados, e a expetativa é que a paralisação se prolongue por mais 180 dias”.
16 Setembro 2020, 19h36

O setor dos autocarros de turismo queixa-se de ter sofrido quebras de faturação superiores a 80% devido à pandemia de Covid-19.

Para “sensibilizar e informar os decisores políticos para o atual momento vivido pelo setor do transporte pesado de passageiros que se dedica ao serviço ocasional (autocarros de turismo)”, várias empresas de transporte pesado de passageiros, apoiadas pela ARP – Associação Rodoviária de Transporte Pesado de Passageiros, realizaram hoje, dia 16 de setembro, nas cidades do Porto, Lisboa e Faro, uma ação de sensibilização pública, com um total de 200 autocarros.

“Esta ação de solidariedade para com todas as empresas de transporte de passageiros pretende ainda transmitir ao mercado e aos clientes a confiança de que o serviço ocasional será feito com toda a segurança e de acordo com as indicações das entidades competentes”, assegura um comunicado da ARP.

De acordo com os responsáveis desta associação, “há 180 dias que os autocarros e os trabalhadores estão parados, e a expetativa é que a paralisação se prolongue por mais 180 dias”.

“Atualmente, existem empresas que, em cinco meses, faturaram zeuro euros. As quebras de faturação são superiores a 80%”, denuncia a direção da ARP.

Segundo as contas esta associação, há cerca de dois mil autocarros parados há mais de 180 dias e 2.500 trabalhadores com os postos de trabalho em risco, pelo que as empresas de autocarros de turismo têm um “futuro incerto”.

“Não obstante as dificuldades sentidas, as empresas querem passar uma mensagem de confiança e esperança. Nesse sentido, têm-se progressivamente adaptado para que o transporte de passageiros em autocarro de turismo seja seguro. Para o efeito, foram criados protocolos de higienização e limpeza; instalados equipamentos de desinfeção por ozono ou por nebulização de produtos desinfetantes; implementados planos de contingência; entre outros”, assegura a ARP.

O comunicado em questão assinala que, “com base no descrito anteriormente, a ARP apela ao Governo para que dê especial atenção ao setor do transporte pesado de passageiros que se dedica ao serviço ocasional autocarros de turismo”.

“Caso contrário, haverá despedimentos em massa a partir de outubro e a entrega de autocarros às entidades locadoras/bancos a partir de março de 2021”, alertam os responsáveis da ARP.

A direção da associação considera que “as empresas não têm recursos financeiros para pagar os seus encargos fixos por períodos indeterminados”, acrescentando que, “para manterem a sua capacidade de produção instalada é preciso que o Governo olhe para este setor com especial atenção e crie medidas de apoio efetivo”.

Entre essas medidas, a ARP entende que “é imprescindível mais apoios financeiros e com períodos de amortização até 10 anos; novo ‘lay-off’ simplificado; prolongamento das moratórias de crédito, além de março de 2021; apoio efetivo das companhias de seguro; uniformização de procedimentos pelos países pertencentes à União Europeia, no que respeita à mobilidade, nomeadamente a lotação permitida nos autocarros, sob pena de distorcer a concorrência e tornar não rentável a atividade de transporte das empresas portuguesas”.

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