A Temu e a Shein crescem a olhos vistos e são um fenómeno de vendas online sem precedentes.

No caso da Temu, o site e app prometem uma experiência online que permite aos clientes “comprar como um bilionário”, oferecendo produtos ultrabaratos numa ampla gama de categorias, incluindo moda, decoração, gadgets, eletrónica, entre outros. Comparativamente, a Shein cresceu até se tornar o maior retalhista de moda do mundo, com sede em Singapura. No seu site, a Shein refere-se a si própria como um “retalhista online global de moda e lifestyle” e vende em mais de 150 países.

Ambas as empresas utilizam uma estratégia agressiva de marketing digital e vendem os seus produtos diretamente aos consumidores.

A Temu opera como um mercado online, conectando clientes a milhões de fornecedores, fabricantes e marcas. Ao “formar parceria” diretamente com os vendedores, a Temu diz que tal lhes permite vender produtos a “preços de fábrica”, eliminando intermediários.

A Shein também tem uma abordagem direta ao consumidor, que descreve como um modelo “sob procura” impulsionada pelos seus clientes. Trabalha com cerca de 5.400 fabricantes, principalmente da China, e ajusta a sua produção com base nos artigos mais populares entre os clientes, alegando que esta estratégia permite-lhe manter os preços baixos e reduz o excedente de produção.

Ambas as empresas, no entanto, geraram controvérsia, e foram mesmo acusadas nos EUA de recorrer a trabalho forçado nas suas cadeias de fornecimento, algo que negam.

O que é um facto é que ambas as empresas estão a colocar diversos desafios ao retalho em geral. Para muitas marcas de moda, por exemplo, não é possível competir com tops de três dólares ou sapatos de 13 dólares. Além do custo dos produtos, a Shein e a Temu ganharam impulso, aproveitando as tendências nas redes sociais, como o TikTok e Instagram. Hoje em dia, Shein é responsável por 42% dos produtos listados na hashtag #hauls do TikTok, de acordo com o WWD.

Concluindo, a Shein e a Temu estão a revolucionar o mercado de retalho online com uma proposta de valor assente em preços ultrabaixos e promoção agressiva nas redes sociais.

Tal faz com que muitos retalhistas tradicionais estejam a repensar os seus pontos diferenciação, que para fazer face à concorrência feroz destes novos concorrentes, passa pela comunicação do valor dos seus produtos numa lógica de qualidade-preço e de sustentabilidade numa lógica de médio-longo prazo.

É um mercado que fervilha e em que muitas águas serão agitadas num futuro próximo.