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SIBS desiste da aquisição da Redunicre

Empresa diz que a Autoridade da Concorrência teve uma atuação e exigências desproporcionadas.
14 Julho 2017, 16h24

A SIBS, empresa que faz a gestão da rede multibanco, desistiu do negócio de aquisição da Redunicre, que tem a maior rede de aceitação de cartões do país, dez meses depois do anúncio, conta o Expresso. O processo da pretensa aquisição do grupo liderado por Madalena Cascais Tomés, que tinha sido enviado à Autoridade da Concorrência, já terá sido retirado, segundo as informações avançadas pelo semanário.

Em setembro do ano passado, a SIBS tinha anunciado a intenção de comprar o negócio de acquiring da Unicre (Redunicre) e ao longo dos últimos dez meses foi negociando os termos da aquisição com a entidade reguladora da concorrência.

No entanto, em declarações ao Expresso, a empresa frisa que “a negociação de soluções e compromissos com a Autoridade da Concorrência revelou-se infrutífera”.

Em maio, o Jornal Económico tinha noticiado que a operação de fusão da Redunicre com a SIBS foi objecto de contestação da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), o banco BIC, a Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, a Visa Europe Services e a Bizfirst, Business First Consulting — Consultoria em Sistemas de Informação.

Estas entidades apresentaram à AdC um conjunto de observações relativas aos potenciais impactos da operação de concentração nas condições de concorrência no mercado, que foram devidamente ponderados pelo regulador na sua decisão de abrir uma investigação aprofundada no final do ano passado.

A Autoridade da Concorrência (AdC) deu início à discussão de “remédios” com a SIBS no âmbito da operação de concentração que envolve a aquisição, por parte da dona do Multibanco, da atividade de apoio à aceitação, por terceiros, de pagamentos com cartão de marcas representadas pela Unicre, que opera no mercado através da marca Redunicre.

O processo tinha sido acompanhado por dúvidas face à operação do ponto de vista da concorrência, tendo sido ponderados pela AdC vários remédios, numa decisão que avançou para fase de investigação aprofundada a 12 de dezembro de 2016, após a AdC ter considerado que “subsistem indícios de que a operação possa resultar em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado, em particular no que diz respeito à atividade de prestação de serviços de aceitação de cartões de pagamento em TPA (Terminal de Pagamento Automático) disponível nas lojas”.

Fontes do sector temiam que a fusão criasse problemas  a todos os comerciantes da SIBS, porque a NetCaixa (serviço de acquiring da CGD, que também é um dos accionistas da SIBS) passa a ser concorrente e fornecedor. Uma dessas fontes realçou, ao Jornal Económico na altura, que “a SIBS passará a ter toda a informação referente aos comerciantes através do Netpay (Banco Bic) e CA & Companhia (Crédito Agrícola), redes de caixas automáticas concorrentes da rede Multibanco.

 

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